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Repórteres sem Fronteiras denunciam ao TPI crimes de guerra contra jornalistas

Foram detalhados os casos de nove jornalistas mortos e de dois feridos no exercício das suas funções

Os Repórteres sem Fronteiras estudam todas as possibilidades de abordar os casos junto de outras jurisdições competentes

De acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (01) pela ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), a organização não-governamental denunciou junto do Tribunal Penal Internacional (TPI), "crimes de guerra cometidos contra jornalistas na Palestina e em Israel". 

 

"A RSF fez uma queixa por crimes de guerra junto do Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional no dia 31 de outubro de 2023", diz a nota.

 

A queixa detalha os casos de nove jornalistas mortos e de dois feridos no exercício das suas funções. São oito jornalistas palestinos mortos nos bombardeios a zonas civis de Gaza por Israel e um jornalista israelita morto no dia 7 de outubro enquanto cobria o ataque do Hamas a um kibutz.

 

A RSF ainda cita a destruição intencional, total ou parcial dos locais de trabalho de mais de 50 meios de comunicação social na Faixa de Gaza. "A amplitude, a gravidade e a recorrência dos crimes internacionais visando os jornalistas, em particular em Gaza, clamam por um inquérito prioritário do procurador do TPI. Os eventos trágicos em curso demonstram a extrema urgência da sua mobilização", declarou Christophe Deloire, secretário-geral da RSF.

 

Segundo dados da RSF, 34 jornalistas morreram desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, dos quais pelo menos doze no decorrer da sua atividade profissional, sendo dez em Gaza, um em Israel e um no Líbano. Os Repórteres sem Fronteiras estudam todas as possibilidades de abordar os casos junto de outras jurisdições competentes.

 

O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), sediado nos Estados Unidos, também disse na segunda-feira (30), que pelo menos 31 jornalistas morreram desde 7 de outubro, dos quais 26 palestinos, quatro israelitas e um libanês. O CPJ contabilizou ainda oito feridos e nove desaparecidos ou detidos, naquele que é o balanço mais mortífero de jornalistas que cobrem o conflito no Oriente Médio desde a criação do comitê, em 1992.

 

[SAIBAMAIS] 

 

O TPI não tem obrigação legal de acolher a queixa, já que somente Estados, o Conselho de Segurança da ONU e o próprio procurador do TPI por iniciativa própria podem recorrer ao tribunal. 

 

 

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