O comitê da Organização das Nações Unidas para os direitos das crianças avisou que existem “graves” violações dos direitos humanos contra as crianças e isso está acontecendo “a cada minuto” na Faixa de Gaza. “Não existem vencedores numa guerra onde milhares de crianças são mortas”, diz o comunicado do comitê, em que expressa a sua aversão ao sofrimento profundo das crianças apanhadas no meio do conflito entre Israel e Hamas.
“Têm existido relatos devastadores de atos proibidos pelo Direito Humanitário Internacional, incluindo mutilações, ferimentos, raptos, deslocamentos forçados, privação de cuidado médico, água ou comida. O cessar-fogo deve ser o começo da discussão tendo em vista a estabilização de uma paz longa e duradoura na região, para que crianças possam gozar plenamente dos seus direitos”, acrescenta a ONU, pedindo a libertação imediata de todas as crianças reféns.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também se manifestou sobre os bombardeios israelitas no campo de refugiados de Jabalia. “O secretário-geral está chocado com a escalada da violência em Gaza, causando a morte de palestinos, incluindo mulheres e crianças, em ataques aéreos israelitas em áreas residenciais no densamente povoado campo de refugiados de Jabalia”, disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.
O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, pediu aos Governos de Israel e do Hamas que façam um acordo para permitir pausas nos atuais combates, a fim de facilitar a distribuição de ajuda humanitária. “Os combates entraram numa fase ainda mais aterrorizante”, considerou Griffiths, após regressar de uma visita a Israel e aos territórios palestinos ocupados.
Griffiths apelou a um acordo entre as partes em conflito para que haja ‘pausas nos combates’. “É a única forma viável de que chegará agora o fornecimento necessário de ajuda a Gaza. Os caminhões que entram em Gaza com alimentos e ajuda médica oferecem algum alívio, mas não são suficientes. Estas pausas permitiriam também que os doentes e feridos procurassem assistência médica, e que aqueles que queiram fugir o possam fazer em segurança”, defendeu.