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Casos de Ômicron tem alta significativa na África do Sul, mas gravidade é incerta

A variante Ômicron está causando um aumento intenso no número de novas infecções na África do Sul, de acordo com autoridades de saúde, se tornando a cepa dominante no país.

Em novembro, o número de casos registrados diariamente era de 200 a 300 casos. Porém, segundo os últimos dados referentes ao total de infecções diárias, cerca de 8,5 mil novas infecções de Covid-19 foram registradas, quase o dobro do dia anterior de 4,3 mil casos. 

A nova cepa tem despertado a atenção de especialistas por causa de sua variedade e quantidade de mutações. Ainda se sabe muito pouco sobre a cepa, por isso uma das maiores preocupações é o nível de gravidade da infecção que ela causa e se as vacinas em circulação têm efeito sobre ela.

De acordo com a OMS, a Ômicron já foi detectada em pelo menos 24 países ao redor do mundo. A organização afirma que evidências preliminares sugerem que existe risco elevado de reinfecção e a classificou como uma “variante de preocupação”.

Na África do Sul, país onde a variante foi detectada primeiro, o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) afirmou que mais de 70% de todos os genomas de vírus sequenciados no mês passado foram da nova variante.


Especialistas alertam que ainda não existem dados suficientes para determinar se a Ômicron tende a gerar infecções mais ou menos graves.

No dia primeiro de dezembro, a líder técnica da Organização Mundial de Saúde  (OMS) para a Covid-19, Maria Van Kerkhove, ressaltou que ainda é cedo para compreender as particularidades da variante e que a organização está analisando os dados enviados diariamente pelos países. Ela ainda destaca que há evidências de que a nova cepa pode ser mais transmissível, mas que para se ter certeza disso, mais estudos são necessários.

"Esperamos ter mais informações sobre a transmissão em alguns dias, não necessariamente em semanas", disse.

Também por falta de dados, Kerkhove não fez menção ao nível de gravidade da variante. "Temos visto relatos de casos da ômicron que vão desde uma doença leve até uma doença grave. Há alguma indicação de que alguns dos pacientes estão apresentando doença leve (...) mas, novamente, ainda é cedo." 

Segundo a NICD, a maioria das pessoas hospitalizadas não foram vacinadas contra o coronavírus, apesar de não haver escassez de vacina na África do Sul. O presidente do país, Cyril Ramaphosa, pediu que mais pessoas fossem vacinadas, ressaltando que essa ainda é a melhor forma de combater o vírus. 

Cerca de 24% da população sul-africana já foi totalmente imunizada, bem acima da média de 6% registrada no continente em outubro, mas ainda está abaixo da última média europeia de 54%.


A ação foi vista pelo Ministério de Relações Internacionais do país como uma forma de punição à África do Sul, sendo castigado — em vez de aplaudido — pela descoberta da nova variante.

Ramaphosa expressou seu profundo desapontamento com as proibições de viagens, que ele descreveu como injustificadas.

O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também advertiu que as medidas estavam penalizando o sul da África. 

O Brasil comunicou no dia 26 de novembro, o fechamento de voos vindos de 6 países do sul da África. E a União Europeia, EUA, Canadá, e Reino Unido estão entre os países que anunciaram uma sequência de restrições à viagens e voos vindos de locais em que já há casos confirmados de infecção desse novo tipo de coronavírus.

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