CONFLITOS
Brics falam em crise no Sudão, Iêmen, Coreia do Norte e Líbia, mas ignoram Venezuela e Bolívia
Por: FolhaPress
Publicado em: 14/11/2019 15:12 | Atualizado em: 14/11/2019 15:16
Foto: Alan Santos/PR |
O Itamaraty argumenta que apenas assuntos "de envergadura global" são incluídos em declarações dos Brics. A crise venezuelana já gerou um êxodo de 4 milhões de refugiados.
Segundo a reportagem apurou, o Brasil nem sequer tentou incluir no documento menções às crises na Venezuela e na Bolívia, sabendo que não conseguiria um consenso mínimo.
O Brasil está isolado ao reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, enquanto todos os outros países reconhecem como legítimo o regime do ditador Nicolás Maduro.
Em relação à Bolívia, o Brasil não considera que a renúncia de Evo Morales tenha sido provocada por um golpe de Estado, ao contrário do governo russo. A China também era aliada próxima do governo Evo.
Venezuela não entrou no texto, mas o Brasil insistiu e conseguiu emplacar uma menção à perseguição às minorias religiosas na Síria. "Também expressamos preocupação com o sofrimento de comunidades e minorias vulneráveis étnicas e religiosas [na Síria]", diz o comunicado.
Cristãos e yazidis sofrem perseguição no território sírio. O tema é caro à bancada evangélica e se tornou prioridade da política externa do Brasil.
O país se uniu aos EUA na Aliança Internacional para Liberdade Religiosa. A cooperação na ofensiva contra a discriminação religiosa no mundo é considerada ponto-chave da parceria estratégica entre os dois países. A iniciativa visa a defender todas as religiões, mas o tema foi abraçado especialmente por evangélicos e católicos mais atuantes.
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