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PROTESTOS

Confrontos entre manifestantes, militares e milícia deixam 40 mortos no Iraque

Por: FolhaPress

Publicado em: 25/10/2019 21:59

Manifestante iraquiano exibe um cartucho de gás lacrimogêneo. (Foto: Arquivo/AFP)
Manifestante iraquiano exibe um cartucho de gás lacrimogêneo. (Foto: Arquivo/AFP)
Ao menos 40 pessoas morreram nesta sexta-feira (25) no Iraque em decorrência de confrontos entre forças de segurança, integrantes de milícias e manifestantes que protestavam contra o governo.

Os episódios mais graves aconteceram em Bagdá e em cidades do sul do país. Em Amara (300 km a sudeste da capital), membros da milícia Asaib Ahl al-Haq, que tem apoio do Irã, abriram fogo contra o público. 

Na capital, os agentes dispararam gás lacrimogêneo para dispersar milhares de manifestantes que se reuniram nos acessos à Zona Verde, onde estão os principais órgãos do governo e a embaixada dos Estados Unidos. 

Vestidos com bandeiras a bandeira do país, os manifestantes responderam com gritos de "com vida e sangue defendemos você, Iraque".

A maior parte das vítimas era de manifestantes, mas ao menos um agente de inteligência do governo e um membro da milícia também morreram.  
Em todo o país, quase 1.800 pessoas ficaram feridas durante os atos, de acordo com autoridades, incluindo 68 militares.  

No poder há um ano, o governo do premiê Adel Abdel Mahdi decretou uma mobilização geral das forças de segurança a partir da noite de quinta-feira (24) para conter os distúrbios.

Os manifestantes protestam contra a corrupção e exigem empregos e serviços públicos de qualidade em um país rico em petróleo, mas no qual falta eletricidade e água potável.

"Tudo que queremos são quatro coisas: trabalho, água, eletricidade e segurança", disse Ali Mohammed, 16, enquanto usava uma camiseta para não inalar o gás das bombas na praça Tahrir, no centro de Bagdá.

Esta é a segunda onda de protestos violentos no país este mês. Uma série de choques entre manifestantes e forças de segurança ocorrida há duas semanas deixou 157 mortos e mais de 6.000 feridos.

Os tumultos interromperam quase dois anos de estabilidade relativa no Iraque, palco da invasão americana, de uma guerra civil e de uma insurgência do Estado Islâmico entre 2003 e 2017.
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