Após protestos, Sebastián Piñera cancela reuniões da COP 25 no Chile

Além da COP — prevista para ocorrer entre 2 a 13 de dezembro — o país também cancelou o encontro da cúpula de líderes do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico, marcado para 16 e 17 de novembro, em Santiago. 

 

"Nosso governo, com profunda dor, porque esta é uma dor para o Chile, decidiu não realizar a reunião da APEC (...) nem tampouco a reunião da COP-25. Sentimos profundamente e lamentamos os problemas e inconvenientes que estas decisões significarão para ambas as cúpulas ", disse o presidente em uma coletiva de imprensa, segundo informações do jornal La Tercera. Ele estava acompanhado da ministra de Meio Ambiente, Carolina Schmidt. 

 

Ainda de acordo com o veículo de comunicação chileno, Piñera disse que a decisão foi tomada por causa das circunstâncias nas quais vive o país atualmente. "Considerando que nossa primeira preocupação e prioridade com o governo é se concentrar absolutamente em, primeiro, restabelecer plenamente a ordem pública, a segurança e a paz social", argumentou. 

 

O Correio participou de um debate sobre a cúpula do clima em outubro deste ano, na Costa Rica, para debater as questões sobre a pré-COP 25, sediada em São José. À época, o coordenador da Presidência da COP25, Andres Landerretche, afirmou que a decisão do Chile em sediar o evento poderia ser uma oportunidade para que o país avançasse com os temas sustentáveis. E que mesmo após o cancelamento do evento no Brasil, o país vizinho ainda era um forte aliado do combate às mudanças climáticas. 

  

O Brasil anunciou que não seria mais sede da COP25 em novembro de 2018, quando o presidente era Michel Temer e Jair Bolsonaro havia sido eleito. Os argumentos foram "dificuldades orçamentárias".  

 

O Chile vive, hoje, uma das maiores manifestações da história do país. Milhares de pessoas têm marchado, diariamente, em protestos contra o governo chileno — apesar dos problemas sociais, o estopim dos confrontos foi causado por um aumento na passagem de transporte público. Os atos já deixaram 20 pessoas mortas.