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Religiosos são acusados de usar indigentes para 'trabalhos forçados' nos EUA

Líderes de uma igreja neopetencostal nos Estados Unidos foram presos acusados de privar de liberdade dezenas de pessoas sem-teto e forçá-los a mendigar nas ruas seis vezes por semana para seu próprio benefício.

Entre os 12 acusados, detidos na terça-feira na Califórnia e no Texas, está Víctor González, ex-pastor da Imperial Valley Ministries, com 30 templos em Estados Unidos e México. Os religiosos foram detidos por exploração de trabalho forçado e fraude, entre outras acusações.

"A acusação alega um terrível abuso de poder por autoridades eclesiásticas que tiraram vantagem de pessoas vulneráveis sem teto com a promessa de uma cama e refeições quentes", informa o promotor federal Robert Brewer através de um comunicado.

"Estas vítimas foram mantidas em cativeiro, despojadas de seus humildes meios econômicos, sua identificação, sua liberdade e sua dignidade", acrescentou.

As autoridades indicaram que a seita, cujo propósito declarado é "recuperar" drogados, começou atrair suas vítimas em 2013. 

Os pastores, que proibiam os sem-teto de falar sobre "coisas do mundo" e apenas permitiam a leitura da bíblia, os obrigavam a mendigar por até nove horas por dia, seis dias por semana, sob a ameaça de desaparecer com os filhos deles caso abandonassem suas funções.

Dois sem-teto explorados conseguiram escapar do cativeiro em que eram mantidos: um jovem de 17 anos que quebrou uma janela e foi para uma propriedade vizinha para chamar a polícia e uma mulher com diabetes que não recebia atenção médica.

As autoridades acrescentaram que todas as vítimas identificadas foram liberadas e estão recebendo assistência.

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