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Cinco países do G7 se mostram preocupados com a Amazônia

Publicado em: 23/08/2019 13:48 | Atualizado em: 23/08/2019 15:58

Foto: LAUREN DAUPHIN / AFP

Cinco países integrantes do Grupo dos Sete, Alemanha, Canadá, Reino Unido, Estados Unidos e França, estão preocupados com as queimadas que acontecem na maior floresta tropical do planeta neste momento; e que colocou os estados do Acre e Amazonas em situação de emergência ambiental.

Para Angela Merkel, chanceler da Alemanha, os incêndios na Amazônia se transformaram em uma "situação urgente" e que deve ser discutida durante a cúpula do G7 este final de semana. A declaração foi dada nesta sexta-feira por seu porta-voz, Steffen Seibert, com o objetivo de mostrar apoio ao presidente da França, Emmanuel Macron, que na última quinta-feira, através do Twitter, chamou as queimadas  de "crise internacional".




Em resposta. o presidente brasileiro acusou o francês de ter "uma mentalidade colonialista" e de querer "instrumentalizar" o tema "para ganhos políticos pessoais".




 

Justin Trudeau, o primeiro-ministro do Canadá, mostrou apoio a Macron através das redes. "Eu não podia concordar mais, Macron. Fizemos muitos trabalhos para proteger o meio ambiente no G7 ano passado em Charlevoix e precisamos continuar neste fim de semana. Precisamos agir pela Amazônia e pelo nosso planeta - nossos filhos e netos estão contando conosco"






Nesta sexta, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também se manifestou no Twitter e ofereceu a colaboração do seu país para combater o fogo e preservar a região. "Estamos dispostos a fornecer toda a ajuda que pudermos para controlá-los e ajudar a proteger uma das maiores maravilhas da Terra", escreveu o premier. 



Os Estados Unidos também se pronunciou nesta sexta. Um funcionário da Casa Branca afirmou que o governo está "profundamente preocupado" com as queimadas e com o "impacto dos incêndios na floresta amazônica sobre as comunidades, a biodiversidade e os recursos naturais da região".

Outros países

Para pressionar Bolsonaro, o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, ameaçou votar contra o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul se o Brasil não respeitar seus "compromissos ambientais". "De maneira alguma a Irlanda votará a favor do acordo de livre comércio UE-Mercosul se o Brasil não cumprir seus compromissos ambientais" escreveu em comunicado divulgado na quinta-feira à noite.

 

A declaração pode acabar com 20 anos de negociações da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que assinaram recentemente com a UE um Acordo de Associação que inclui seções de diálogo político e comercial. Para que o entre em vigor, os países do bloco europeu ainda devem dar seu aval ao texto, que ainda deve passar pela Eurocâmara, um procedimento que pode levar dois anos. "Ao longo dos dois anos, vamos monitorar de perto as ações ambientais do Brasil", advertiu Varadkar.


Esse não é o único entrave que o país irá enfrentar com a UE se a Amazônia não parar de queimar. Com a presidência rotativa da União Europeia, a Finlândia declarou hoje que pode cessar a importação de carne brasileira. "O ministro de Finanças Mika Lintila condena a destruição da floresta amazônica e sugere que a UE e a Finlândia devam urgentemente rever a possibilidade de banir as importações de carne bovina brasileira", afirmou, em um comunicado, o Ministério das Finanças da Finlândia.

ONU

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, já havia iniciado a salva de apelos em defesa da Amazônia, dizendo no Twitter estar "profundamente preocupado" com os incêndios.




Incêndios 

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou quase 2.500 novos incêndios em 48 horas em todo o Brasil.

Segundo o INPE, 75.336 incêndios florestais foram registrados no país de janeiro a 21 de agosto - 84% a mais que no mesmo período do ano passado - e mais de 52% dizem respeito à Amazônia.

 

 

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