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Tensão

Trump diz que EUA derrubaram drone do Irã, que afirma ter apreendido navio

Por: FolhaPress

Publicado em: 18/07/2019 21:16

Foto: SHEALAH_CRAIGHEAD /Casa Branca
O presidente Donald Trump disse que um navio americano destruiu um drone iraniano no estreito de Hormuz nesta quinta-feira (18), horas após Teerã ter afirmado que tinha se apoderado de um petroleiro estrangeiro.
 
Segundo a Casa Branca, o drone iraniano foi derrubado nesta quinta porque teria ameaçado o navio ao voar a cerca de 900 metros dele.
 
"Esta é a última de muitas ações provocativas e hostis do Irã contra navios que operam em águas internacionais. Os Estados Unidos se reservam o direito de defender nosso pessoal, instalações e interesses", disse Trump em Washington. "O drone foi imediatamente destruído", completou ele, sem dar mais detalhes.
 
O Pentágono não mencionou se a aeronave derrubada era iraniana. Apenas afirmou em declaração que o USS Boxer, um navio de assalto anfíbio, tomou "ação defensiva" contra um drone. O Ministério de Relações Exteriores do Irã negou que algum dos drones do país tenha sido derrubado nesta quinta.
 
Pouco antes da fala de Trump, o Irã tinha confirmado que capturou no último domingo (14) um petroleiro estrangeiro também no estreito de Hormuz. "Esse barco, com 12 tripulantes a bordo, estava a caminho para entregar contrabando de combustível [recebido de] navios iranianos a navios estrangeiros em regiões mais distantes quando foi interceptado pela Força Naval da Guarda Revolucionária", de acordo com o Sepah News, site oficial da Guarda, o exército de elite ideológico iraniano.
 
O navio estava carregando 1 milhão de litros de petróleo (cerca de 6.200 barris). A embarcação teria sido apreendida ao sul da ilha iraniana de Lark, informou o Sepah News, sem especificar o nome do barco ou sua bandeira.
 
Imagens da captura exibidas na TV iraniana, entretanto, mostram que a embarcação trazia a inscrição "Riah", informou a agência Reuters. A TankerTrackers, organização especializada em monitorar carregamentos de petróleo, já tinha identificado o desparecimento de um petroleiro de nome MT Riah e bandeira panamenha em águas iranianas no domingo.
 
A última posição conhecida do Riah foi na ilha de Qeshm, localizada a menos de 11 km de Lark. Assim, acredita-se que foi essa a embarcação capturada por Teerã. Os EUA demandaram nesta quinta que o Irã liberte imediatamente o navio. Um comandante militar americano na região disse que Washington tomará atitudes agressivas para garantir a livre circulação de petroleiros pelo canal, por onde passa quase um terço do petróleo mundial transportado por via marítima.
 
De acordo com o Sepah News, o relatório do navio confiscado no domingo foi entregue aos tribunais, que estão investigando o assunto. A tensão na região do estreito Hormuz alcançou o ponto máximo nas últimas semanas com uma espiral de eventos, como os ataques de origem desconhecida contra petroleiros e a destruição de um drone americano pelo Irã.
 
Teerã vem sendo acusada por Washington de provocar atos de sabotagem contra petroleiros que trafegam na região, mas nega qualquer responsabilidade. Em 20 de junho, o Irã derrubou um drone dos EUA que teria violado o espaço aéreo iraniano. Washington afirmou que a aeronave não tripulada estava em espaço aéreo internacional, e que o abate era uma provocação.
 
Um dia mais tarde, Trump disse que cancelou em cima da hora uma operação de ataque aéreo contra o Irã. Segundo o republicano, o revide seria "desproporcional", já que a ofensiva tinha potencial para matar 150 pessoas. Há duas semanas, a polícia e os serviços alfandegários de Gibraltar, auxiliados por fuzileiros navais britânicos, interceptaram um petroleiro iraniano na costa do território britânico, no sul da Espanha.
 
Na semana passada, o Irã tentou bloquear um petroleiro britânico, mas a Marinha do Reino Unido interveio, e a passagem foi liberada. Em um clima de elevada tensão entre Irã e EUA, o governo americano expressou o desejo de formar uma coalizão marítima internacional para garantir a liberdade de navegação no Golfo.
 
Um dos fatores que geraram a intensificação do conflito foi a retirada de Washington, no ano passado, do acordo nuclear internacional assinado em 2015. Eles acusam Teerã de desestabilizar a região. Após ter saído do acordo, os EUA restabeleceram sanções econômicas contra o Irã, sobretudo contra as exportações de petróleo, a principal fonte de renda do país. Ao mesmo tempo, Washington afirma não querer guerra com o Irã.
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