Quatro mulheres atletas denunciaram o Comitê Olímpico dos Estados Unidos (USOC) e a Federação de Taekwondo (USA TKD) por tráfico sexual, alegando terem sido forçadas a treinar e viajar com conhecidos predadores sexuais.
Heidi Gilbert, Mandy Meloon, Amber Means e Gaby Joslin foram nesta sexta-feira à Corte de Colorado após "duas décadas de abusos sexuais, exploração e tráfico de atletas da equipe olímpica americana de taekwondo por parte de entidades, oficiais, técnicos e mentores em que confiavam para protegê-las".
A acusação cita o ex-técnico de taekwondo Jean Lopez e seu irmão Steven, duas vezes campeão olímpico neste esporte. O US Center for SafeSport (Centro para o Esporte Seguro) suspendeu Jean para sempre de todos os eventos mundiais de taekwondo. Steven recebeu uma restrição interna enquanto as investigações não são concluídas.
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Meloon, bicampeã olímpica, apresentou uma queixa em 2007 alegando que havia sido estuprada por Jean durante a Copa do Mundo de taekwondo do Egito, em 1997, quando tinha apenas 15 anos.
"Pelo menos desde 2007 em diante, o USOC e a USA TKD protegeram, empoderaram e outorgaram a Jean Lopez a autoridade, legitimidade e confiança para ser o técnico oficial da equipe americana de taekwondo e a seu irmão Steven para ser a superestrela do taekwondo americano", acusa a denúncia.
"Ao fazer isso, expuseram a centenas de jovens atletas femininas a dois predadores sexuais, o técnico da equipe americana e seu próprio irmão".
A denúncia garante que "em sua busca por 'medalhas e dinheiro', o USOC e a USA TKD protegeram Steven Lopez de ser processado porque ele entregava riquezas comerciais". Gilbert afirmou que Jean a agrediu sexualmente depois de eventos no Equador em 2002 e na Alemanha em 2003.
A denúncia afirma que as mulheres que queriam fazer parte da seleção americana de taekwondo "não tinham outra opção a não ser se entregar às demandas sexuais dos irmãos Lopez. Caso recusassem, os irmãos Lopez, o USOC e a USA TKD colocavam as atletas na reserva, as suspendiam ou as cortavam da equipe americana".
Em comunicado publicado nos jornais USA Today e New York Times, o porta-voz do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Patrick Sandusky, declarou que a entidade "está profundamente focada em apoiar, proteger e empoderar os atletas".
Sandusky explicou que várias ações foram colocadas em prática, como o lançamento do US Center for SafeSport, que "garantirá que nossos atletas estejam mais protegidos desses atos atrozes".
A Federação de Taekwondo dos Estados Unidos afirmou em comunicado que não teve tempo de revisar os detalhas da denúncia e que "como trata-se de um processo legal em andamento, seria inapropriado fazer qualquer tipo de comentário a respeito neste momento".
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