Coats participou de uma audiência pública perante a Comissão das Forças Armadas do Senado, e quando perguntado sobre essas supostas pressões respondeu que não faria comentários.
De acordo com uma explosiva denúncia lançada na segunda-feira à noite pelo The Washington Post, Trump pressionou pessoalmente Coats e Mike Rogers, diretor da Agência de Segurança Nacional (NSA), para conter uma investigação conduzida pelo FBI.
Esta investigação se concentra na interferência que a Rússia teria tido nas eleições presidenciais do ano passado e a possível colaboração do comitê de campanha de Trump.
Simultaneamente, ao falar diante da Comissão de Assuntos de Inteligência na Câmara de Representantes, o ex-diretor da CIA John Brennan afirmou que chegou a advertir funcionários russos para que não tentassem interferir nas eleições de 2016.
"Deve ficar claro para todos que a Rússia interferiu em nosso processo eleitoral de 2016. E eles fizeram isso apesar de nosso enérgico protesto e [de nossa] advertência para que não fizessem", expressou Brennan.
Segundo o ex-diretor da CIA, o funcionário russo da Inteligência a quem fez a advertência negou qualquer interferência do país nas eleições, mas informou que comunicaria seus superiores sobre o protesto.
- "Possíveis sinais" -
Brennan disse que em 2016 a CIA detectou "possíveis sinais" de uma cumplicidade entre o comitê de campanha de Trump e os funcionários russos, contatos que o FBI começou a investigar.
O então diretor do FBI James Comey, demitido há duas semanas de maneira intempestiva por Trump, sustentou que os serviços se interessaram pela ingerência russa nas eleições e investigaram fatos que se remontam a junho de 2016.
Na semana passada, vários meios de comunicação americanos assinalaram que Trump pediu a Comey, durante reuniões e por telefone, que abandonasse a investigação, afirmações que foram desmentidas de forma contundente pela Casa Branca.
Desde fevereiro, o magnata republicano solicitou a inúmeros legisladores e funcionários da Inteligência que contactassem jornalistas para dizer que não existem provas sobre os vínculos entre a Rússia e sua campanha eleitoral.