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Número de refugiados sírios supera os cinco milhões

Os novos números significam que cerca de um quarto da população síria fugiu desde março de 2011

 

Mais de cinco milhões de pessoas fugiram do devastador conflito na Síria, informou a ONU nesta quinta-feira, enquanto que as ONGs pediram à comunidade internacional a acabar com a guerra de seis anos no país e fornecer maior apoio às nações de acolhida.

Os novos números significam que cerca de um quarto da população síria fugiu desde março de 2011, quando teve início o conflito que já provocou mais de 320.000 mortos.

Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) pediu uma maior assistência internacional, com sua porta-voz Cecile Pouilly alertando para um "marco importante".

"Quando o número de mulheres, homens e crianças que fugiram de seis anos de guerra na Síria ultrapassa a barreira os cinco milhões, a comunidade internacional precisa fazer mais para ajudá-los", declarou o Acnur em um comunicado.

As ONGs que ajudam os refugiados sírios alertam há tempos sobre a crise, pedindo mais fundos e ações internacionais para parar a guerra na Síria.

"Está claro que a comunidade internacional falhou completamente em acabar com o conflito na Síria", disse Alun McDonald, porta-voz regional para a Save the Children.

Ele ressaltou que a maior parte da comunidade internacional também tem fracassado com os refugiados, principalmente com o fechamento das fronteiras.

A Turquia é o país que abriga o maior número de sírios deslocados pela guerra, quase três milhões.

Seguido pelo Líbano, com mais de um milhão, e a Jordânia, com 657.000. Em menor medida, Iraque, Egito e outros países norte-africanos.

- Maior grupo na Turquia -

No entanto, estes números não levam em conta os centenas de milhares de sírios que fugiram para a Europa, muitas vezes arriscando cair nas mãos de traficantes de seres humanos e até à morte em viagens perigosas por terra e mar.

Um número menor foi contabilizado oficialmente na Europa, Canadá e Estados Unidos, embora a administração do presidente Donald Trump tenha tentado parar temporariamente todas as entradas de refugiados sírios.

O maior grupo está na Turquia, com quase 2,9 milhões de refugiados sírios registrados, segundo a ONU.

A maioria vive em cidades turcas, incluindo mais de meio milhão só em Istambul, e menos de um décimo reside em acampamentos.

O presidente Recep Tayyp Erdogan, um dos primeiros defensores da revolta e que pediu várias vezes ao presidente sírio Bashar al-Assad que renunciasse, chegou a levantar a possibilidade de conceder a cidadania a alguns refugiados.

Na Jordânia, cerca de 657.000 refugiados sírios foram registrados pela ONU, mas o governo afirma que o verdadeiro número chega a 1,3 milhão.

A ONU declarou que cerca de um milhão de sírios estão no Líbano, apesar de o governo assegurar que o número é bem maior, com muitos vivendo em condições de miséria em acampamentos não oficiais.

A população do Líbano é de apenas quatro milhões, que já lutam contra os escassos recursos, desemprego e uma infraestrutura precária.

Em uma declaração conjunta com organizações sírias, a Oxfam pediu nesta quinta-feira uma maior apoio aos países de acolhimento.

"Oxfam apela aos países ricos que deem o seu apoio aos vizinhos da Síria que acolhem estes refugiados e para reassentar pelo menos 10% dos mais vulneráveis até o final de 2017", declarou o diretor-executivo internacional da Oxfam, Winnie Byanyima.

Os grupos de assistência e as Nações Unidas também têm alertado frequentemente sobre o impacto a longo prazo da crise, especialmente entre as crianças.

"Um milhão de crianças refugiadas sírias estão fora da escola e não têm acesso à educação, são eles que terão que ajudar a reconstruir a Síria para a próxima geração", disse McDonald.

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