Nascidas no cenário virtual, as camisetas empoderadoras da Mamahood viralizaram nos últimos meses no Instagram: “Com mãe feminista, eu não cresço machista”, diz a estampa de uma das peças mais populares da marca. “Don't mess with mama” (em tradução livre, “não mexa com a mamãe”), “Mãe feminista”, “Pequena feminista”, “Mães pela diversidade” e “Lute como uma garota” são outras frases disponíveis no catálogo da Mamahood, criada e administrada pela paulistana Priscila Josefick, uma psicóloga de 31 anos que abraçou a moda ao se tornar mãe.
Fusce pretium tempor justo, vitae consequat dolor maximus eget.
Mamahood: marca combate machismo e incentiva maternidade real
Camisetas estampadas com frases empoderadoras "viralizam" nas redes e incentivam o empoderamento feminino e a desconstrução do machismo desde a infância
“Com dois meses para encerrar minha licença maternidade, eu estava desesperada. Não queria me separar do meu filho. Quem cuidaria do Valentim seria o pai dele, nisto eu estava supertranquila: não existia pessoa melhor no mundo para cuidar dele. Porém, eu não queria estar distante nessa fase tão importante da sua primeira infância, eu queria acompanhar de pertinho e viver meu sonho de ser mãe”, lembra Priscila. Entre “dúvidas e lágrimas”, como ela mesma recorda, pediu as contas no trabalho e decidiu se aventurar na jornada da maternidade em tempo integral. E deu à luz, em paralelo, a Mamahood. “Eu precisava trabalhar de alguma forma, pois os boletos não paravam de chegar. Pensei em fazer uma marca de roupas infantis, depois comecei a bordar… em junho de 2017, há exatamente um ano, decidi criar uma marca com focada nas mães. Nós sempre somos esquecidas. Como eu gostava muito de conversar sobre a maternidade real e compartilhar experiências, quis desenvolver produtos que pudessem acolher as mães e fazer com que elas se sentissem especiais”, conta a paulistana.
A viralização das peças foi inesperada: Priscila previu críticas, mas recebeu incentivos. Terminou por contribuir, através da moda, para a criação de uma rede de apoio entre produtoras de conteúdo que estimulam a maternidade real. As crianças, naturalmente, foram integradas ao circuito. “O que mais percebo que viralizou foram as camisetas infantis. Acredito que as pessoas se chocaram um pouco ao verem crianças carregando no peito mensagens tão fortes e importantes. Mas precisamos lembrar que existe uma pessoa dentro de um corpo pequeno, que ela é um individuo pensante e que pode conversar sobre assuntos importantes que muitos adultos consideram como tabu. São as crianças que vão mudar o futuro, é importante que elas sejam questionadoras e empoderadas”, avalia Priscila.
Sem nem mesmo haver destrinchado todas as possibilidades de seus planos como empreendedora antes de se lançar no segmento, ela obteve amplo alcance orgânico nas redes. O empoderamento feminino e a desromantização da maternidade estão entre as tendências político-sociais que ajudam a explicar o fenômeno. A perspectiva, alimentada por especialistas e críticos do setor, de que a moda do futuro seja de maior engajamento e diálogo ainda mais estreito com as demandas da sociedade em geral lança luz sobre um futuro promissor para o selo Mamahood – e iniciativas afins. A indústria da moda fala mais e mais para pessoas reais. Sobre pessoas reais.
Hoje, o perfil da Mamahood no Instagram acumula mais de 8,4 mil seguidores e gera conteúdo de incentivo à economia criativa e aos projetos de mulheres empreendedoras. As peças, todas idealizadas por Priscila Josefick, têm as estampas desenvolvidas pelo companheiro dela, Shamil Carlos, responsável por criar as artes da marca – cuja confecção é terceirizada por uma oficina de costura e uma estamparia. “Eu coloco tanto amor nos meus produtos! Fico imensamente feliz que o público está sentindo todo esse amor depositado. No início, achei que receberia muitas críticas, mas o que eu mais recebo é carinho de pessoas que se identificaram com a minha mensagem”, ela pontua.