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Com teleférico, cidade de Bonito ganha outra forma de ser vista do alto

Instalação da atração no município do Agreste pernambucano acende expectativa de moradores, turistas e comerciantes da região

Novo teleférico sobe 1,2km em 20 minutos. Créditos das fotos: Rafael Martins/Estúdio DP

Mesmo sendo dono de estabelecimento com nome forasteiro, seu Adeildo Ferreira tem sangue bonitense. Nasceu na cidade do Agreste pernambucano há mais de meio século, quando as belezas naturais dali ainda nem eram tão disputadas pelo turismo local. Após 28 anos comandando o almoço e jantar no Restaurante Cearense, viu muito mudar. Mas não lembra de nada comparado à estrutura de ferro que, dividindo espaço com os balões, começou a cortar o céu da cidade em direção à Serra do Araticum, um dos pontos mais altos de Bonito, a 136km do Recife. Ali, suspensos por cabos de ferro, quatro teleféricos ensaiam as primeiras viagens para a vista privilegiada, que antes só podia ser acessada por meio de uma estreita estrada de barro. Os 20 minutos de subida podem até deixar quem tem medo de altura apreensivo, mas o destino final é daqueles que só alimentam a mania de grandeza do pernambucano.

Para o comerciante, que hoje já atribui grande parte do movimento à busca do público pelas cachoeiras da cidade, a estrutura é mais do que uma oportunidade para ter uma vista privilegiada da região: é sinal de melhora no movimento do restaurante. Vai colocar mais quatro pessoas trabalhando na cozinha assim que o equipamento iniciar as operações. “Aqui, desde que chegou a estrutura vem gente para ver, tirar foto. Por isso, decidimos aumentar o quadro de funcionários”, explica. No chão, o local que hoje abriga a estrutura que percorre 1,2 km era um grande terreno. “Tinha bastante mato e alguns animais. Desde que me entendo por gente foi assim”, lembra. 

Seu Adeildo comanda um restaurante há 28 anos e espera que a clientela aumente com a nova atração

Outra comerciante que também vê com olhar otimista - e privilegiado - a chegada da novidade é Antônia Cecília. Há 30 anos, ela transformou a varanda de casa em um pequeno comércio de comida. “Hoje, a minha expectativa é de aumentar o número de pessoas aqui, para a gente vender almoço, café da manhã”, conta. O difícil acesso ao local foi um dos empecilhos para que a obra fosse erguida, mas agora, o único obstáculo para o funcionamento da obra é disponibilidade de agenda para uma abertura oficial, que deve ser realizada ainda no mês de março.

Cada uma das cabines, cercadas por grandes janelas de vidro, tem capacidade de levar quatro pessoas sentadas. A vista do caminho até pode ser impressionante, mas não se compara ao resultado de quem chega no destino final. Ali, com a brisa recorrente, é possível enxergar o contraste da natureza com as construções de forma singular. O investimento feito no teleférico foi de R$ 5,3 milhões, executado em uma parceria do Governo de Pernambuco e Ministério do Turismo e Banco Interamericano de Desenvolvimento. Quem quiser visitar vai pagar um preço acessível de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). 

O equipamento vem para facilitar o acesso ao ponto mais alto do município

A criação de barracas com contratação de mais comerciantes locais e o projeto para calçar o caminho que leva até a serra por terra são planejados pela prefeitura da cidade. “A gente sabe que na região você tem passeio de balão, cachoeira, uma região com temperatura mais amena de serra, então a intenção é propiciar ao turista uma visão diferente da cidade e de toda a região”, explica o secretário executivo de Planejamento Turístico e Gestão de Pernambuco, João Vinícius Figueiredo. 

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