A evolução como atleta, segundo ele, foi acelerada pela valorização da prática esportiva no país estrangeiro, um dos principais destinos para os quais seguem mais de mil estudantes pernambucanos todos os anos através do Ganhe o Mundo, distribuídos entre países de língua inglesa e castelhana. “Foi uma experiência fantástica, tanto pelo treinamento, como pela convivência em outra sociedade. As pessoas eram extremamente educadas, além de valorizarem demais os esportes”, conta Donato. Idioma, alimentação e condições climáticas foram entraves temporários à adaptação, o verão era mais quente e o inverno, muito mais frio que os de Garanhuns. O processo de amadurecimento, contudo, não ficou restrito à América do Norte: continuou em curso após o retorno para casa, em outubro de 2016.
“Ele voltou meio de salto alto, querendo mostrar umas técnicas novas que ensinaram por lá… mas logo aprendeu as lições que precisava e se tornou um atleta mais completo”, conta o treinador, o judoca pernambucano Carlos Tevano, de 51 anos. Foi ele quem acolheu Carlos Donato na Associação de Judô, referência no município, mesmo quando o programa social que conduziu o jovem ao judô foi suspenso. Tevano, cujo currículo reúne títulos como atleta e treinador em campeonatos brasileiros e internacionais, acreditava desde o princípio no potencial do rapaz. Foi o principal incentivador do intercâmbio e foi, ainda, quem primeiro lhe ofereceu uma atividade remunerada: hoje, Donato dá aulas na academia para meninos entre 3 e 15 anos de idade.
“O judô ensina muito sobre respeito, lealdade, justiça e compaixão. São princípios que deveriam ser seguidos por todo mundo. Imagine como seria o mundo se todo mundo buscasse prosperidade e crescimento mútuo… É um esporte transformador”, conta Donato, que treina todos os dias e segue dieta sazonal para manter a forma física, rotina mantida também no Canadá. Graças à paixão pelo esporte, o rapaz cursa Educação Física em universidade particular de Garanhuns e pretende passar adiante as lições que recebeu do mestre Tevano, seguindo carreira como atleta e treinador. E deixa claras as raízes dos planos: “Sair de casa me fez valorizar ainda mais o que tenho aqui, o pai que Tevano tem sido para mim. Tenho ele como inspiração, quero ser um reflexo de quem ele é, do que me ensinou todos esses anos.” Prosperidade e crescimento mútuo, Donato garante, são o ponto de partida para o futuro que ele sonha em ter.
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