Transexuais optam por nome social no Enem

A quantidade no estado é sete vezes inferior ao registrado em São Paulo

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Postado em 08/10/2015 10:36

Max Felipe /Especial para o Diario

Arte: Diario de Pernambuco
Pernambuco é o sexto estado do Brasil com o maior número de transexuais e travestis que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao todo, 12 pessoas solicitaram o nome social no estado, segundo informou ontem o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O número é pouco se comparado aos 390.837 pernambucanos inscritos no teste. No país, em 2015, 278 pessoas fizeram a solicitação do nome social, enquanto em 2014 foram 102.

O nome social passou a ser adotado oficialmente no Enem no ano passado, quando era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela internet. Nos dias do exame, as pessoas transexuais deverão ser tratadas pelo nome com o qual se identificam e usarão o banheiro do seu gênero.

Luana, nome ficctício, é uma das 12 meninas que solicitou o nome social do Enem 2015. “Sempre me considerei mulher, vim de São Paulo e moro há dois anos no Recife. Apenas gostaria que as pessoas não me identificassem pelo meu nome que está no registro. Desde o colégio me chamavam no gênero feminino. No início eu não sabia o que era transexual. Aos poucos fui descobrindo e me identificando mais”, revelou. Em relação às travestis e transexuais em Pernambuco que irão fazer a prova com o nome social, Luana acha que é pouco em relação ao que vê.

Estudante de psicologia, a transexual Dandara Alves luta contra o preconceito. “Ao pisar na faculdade, está escrachado no olhar das pessoas, ou seja, que naquele ambiente não somos bem-vindos e bem-vindas”, afirmou. Isso, segundo Dandara, a fez entender porque foi denunciada várias vezes pelo uso do banheiro de acordo com o seu gênero e porque foi agredida verbalmente e psicologicamente dentro da faculdade.


"Vivemos em uma sociedade normativa onde o que não está dentro dos padrões é aversivo e levado a invisibilidade. Essa realidade não está longe de nós, é a que vivemos, mas o preconceito nos leva a enxergar esses sujeitos apenas na escuridão. Em um contexto de exclusão social e invisibilidade, há uma escassez de políticas eficientes que auxilie essa população e encerre a ideia de higienizar, pois não há limpos e sujos e sim humanos", finalizou.

Dados da Articulação Nacional das Travestis, Transexuais e Transgêneros do Brasil (Antra) apontam que 90% das transexuais estão na prostituição por não terem outras oportunidades. Elas são expulsas de casa aos 12, 13 e 14 anos de idade por não terem a sua identidade de gênero compreendida, onde a prostituição se torna o seu meio de renda e de sobrevivência.

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