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IPCA

Inflação no Recife alcança 0,82% em outubro, maior índice do ano

Publicado: 06/11/2020 às 15:38

Batata inglesa e coentro estão entre produtos que registraram maiores altas nos preços./Foto: Luiz Costa/SMCS/Divulgação

Batata inglesa e coentro estão entre produtos que registraram maiores altas nos preços./Foto: Luiz Costa/SMCS/Divulgação

A inflação da Região Metropolitana do Recife (RMR), medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alcançou 0,82% em outubro, a maior alta do ano. Este é o quinto mês seguido de aumento nos índices da RMR em 2020, consolidando tendência de alta nos preços de produtos e serviços. Ainda assim, o resultado é ligeiramente inferior ao da média nacional, que registrou 0,86%, o maior percentual para um mês de outubro desde 2002. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mesmo com a inflação em alta, o Grande Recife teve a quinta menor variação mensal de preços entre as 16 localidades pesquisadas pelo IPCA. A Região Metropolitana, no entanto, apresenta a segunda maior inflação acumulada do ano, com 3,62%, ficando atrás apenas do município de Campo Grande (MS), com 4,36%. O Recife também tem o sexto maior índice no acumulado da inflação dos últimos 12 meses, com 4,77%. Nas duas variações acumuladas, os indicadores superam a média brasileira, que marcou inflação de 2,22% no ano e 3,92% nos últimos 12 meses.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IPCA, oito apresentaram alta em outubro. O setor de alimentos e bebidas, com 1,74%, repetiu o desempenho de setembro e apresentou os maiores índices. No entanto, a maior variação individual de preço ficou com as passagens aéreas, 47,67%, que foram as principais responsáveis por puxar o índice para cima. Em segundo lugar, está a batata inglesa, com 25,16%, e, em terceiro, o coentro, com 19,98%.

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O arroz, cujo aumento de preços chamou a atenção ao longo do ano, ficou em sétimo lugar entre os dez produtos com maior reajuste no mês, com 15,08%. Já o ritmo da escalada de preços do óleo de soja diminuiu: em setembro, foi de 39,33%; em outubro, o índice baixou para 9,47%, deixando o item em 12º lugar.

O segundo grupo com maior aumento foi, novamente, o de artigos de residência, com avanço de 1,57% em outubro frente a setembro. O preço do ar-condicionado subiu 16,67% no período e foi o quarto produto/serviço que mais subiu de preço no mês passado, aumentando o impacto dos utensílios domésticos na inflação do período. Transportes (1,33%) e vestuário (1,30%) estão em terceiro e quarto lugar, seguidos por comunicação (0,33%), saúde e cuidados pessoais (0,19%), despesas pessoais (0,09%) e educação (0,05%).

Habitação foi o único grupo que apresentou queda: menos 0,09%. Os cinco produtos e serviços que mais baixaram de preço em outubro foram a cebola (-11,34%), o mamão (-7,69%), os exames de imagem (-5,82%), a água sanitária (-3,37%) e a melancia (-3,13%).

No Brasil

Com o resultado de 0,86% em outubro, o IPCA ficou 0,22 ponto percentual acima dos 0,64% de setembro. Em 2020, o indicador acumula alta de 2,22% e, em 12 meses, de 3,92%, acima dos 3,14% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em outubro de 2019, a variação havia sido de 0,10%.

A maior variação (1,93%) no índice do mês veio do grupo alimentação e bebidas, que desacelerou em relação a setembro (2,28%). Houve alta em outros sete grupos. A segunda maior variação veio dos artigos de residência (1,53%), que contribuíram com 0,06 ponto percentual no resultado geral. Outro destaque no lado das altas foi o grupo vestuário (1,11%), que acelerou frente a setembro (0,37%). Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,04% em educação e a alta de 0,36% em habitação.

Coleta remota

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 29 de setembro e 27 de outubro de 2020 (referência) com os vigentes entre 28 de agosto e 28 de setembro (base).

Por causa da pandemia da Covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

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