Economia

FCA mantém produção no Brasil enquanto Fiat e PSA fecham as portas na Europa


A FCA anunciou, nesta segunda-feira (16), que a produção nas plantas de Goiana, Betim e Campo Largo serão mantidas em ritmo normal. Enquanto isso, a Fiat - integrante do Grupo FCA - fecha oito fábricas na Europa por conta da pandemia do Covid-19.

Através de nota à imprensa, a FCA informou que está comprometida com a implementação de ações para ampliar a prevenção da disseminação do novo Coronavírus e adotou um conjunto de medidas a fim de reduzir riscos de contágio. Confira a nota na íntegra:

“Os restaurantes das plantas tiveram o número de assentos disponíveis reduzidos em 50% e redistribuídos para permitir um maior distanciamento entre os usuários durante as refeições. Da mesma forma, o horário de atendimento foi ampliado a fim de evitar concentração de pessoal. A FCA também intensificou a limpeza do ambiente de trabalho e dos refeitórios, instalando também dispensadores de álcool gel em pontos estratégicos.

Está sendo observada a distância mínima de um metro entre trabalhadores, inclusive na linha de produção. Na área administrativa, a prática de smart-working – trabalho desempenhado remotamente com o apoio da tecnologia -, já adotada um dia por semana, foi estendida com a recomendação de reduzir a presença física no ambiente de trabalho, preservando a operacionalidade.

Para evitar a aglomeração de pessoas, a FCA restringiu eventos presenciais com mais de 20 pessoas. Reuniões presenciais com mais de dez pessoas também devem ser evitadas. É estimulada a utilização de recursos remotos disponíveis como Hangouts e salas de videoconferência. Deve-se dar preferência a esse recurso sempre que possível, mesmo em reuniões com menos de dez participantes. Em reuniões presenciais, deve ser adotada uma distância mínima de um metro entre os participantes, mantendo-se o ambiente arejado, com portas e janelas abertas (quando houver).

Todas as viagens nacionais e internacionais a trabalho, incluindo deslocamentos rodoviários e táxi, estão suspensas. Eventuais exceções críticas para o negócio devem ser avaliadas e aprovadas pelo comitê diretivo. Viagens particulares, nacionais ou internacionais, também são desaconselhadas.

A FCA está comprometida com as medidas de profilaxia e prevenção, por acreditar que esta é a melhor maneira de contribuir para a contenção do avanço do Coronavírus e para restaurar no menor prazo possível a normalidade da vida social e econômica.”

Enquanto isso na Europa, a Fiat anunciou, também nesta segunda (16), que vai fechar oito fábricas na Itália até o final deste mês, seguindo o caminho de marcas de luxo como a Ferrari, que parou sua produção, e a Lamborghini (do grupo Volkswagen), que fechou a linha no norte da Itália e deve fazer o mesmo na unidade da Eslováquia. Renault, Ford, Nissan e Seat (do grupo VW) fecharam as fábricas na Espanha, também por falta de peças, e, na noite desta segunda, a Renault para suas 12 fábricas na França.

A francesa PSA (que produz as marcas Peugeot, Citroen, Vauxhall, Opel e DS) anunciou também nesta segunda que, até o final do mês, vai fechar todas as fábricas na Europa. A montadora tem unidades em sete países: França, Alemanha, Espanha, Polônia, Portugal, Eslováquia e Grã-Bretanha. 

As quarentenas decretadas na Itália e na Espanha reduziram a produção de peças nesses países, que são importantes fornecedores da Volkswagen. Com a falta de insumos, a montadora já teve que reduzir a produção e pode ter que fechar fechar sua maior fábrica, em Wolfsburg, na Alemanha.

A montadora encontra problemas no estado da Bavária, onde produz os carros da Audi, desde que a região declarou estado de emergência. Um dos exemplos dos problemas no setor de peças é o da fabricante de pneus Michelin, que fechou todas as fábricas na França, na Espanha e na Itália. O setor automotivo é um dos mais afetados pelo coronavírus, primeiro pelo fechamento de indústrias de autopeças na China e agora pela crise na Europa.

Outro setor que entrou em situação crítica é o de aviação. Nesta semana, empresas como Air France, KLM, Norwegian e SAS começaram a dispensar funcionários, enquanto praticamente todas as companhias cortaram voos. Por causa da dificuldade de levar insumos de um país para outro, já que várias fronteiras foram fechadas, a União Europeia deve divulgar nesta segunda regras para o trânsito dentro do continente.

Segundo Eric Mamer, o porta-voz da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estão se formando longas filas de caminhões nas estradas, o que impede peças de chegar às fábricas e afeta inclusive a produção de equipamentos médicos.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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