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Encontro entre diversos agentes debate a chegada da Aena a Pernambuco

Publicado em: 28/01/2020 08:30 | Atualizado em: 27/01/2020 15:48

Primeiro encontro aconteceu ontem na sede da ACP. (Foto: Patrícia Monteiro / Esp.DP Foto)
Primeiro encontro aconteceu ontem na sede da ACP. (Foto: Patrícia Monteiro / Esp.DP Foto)
No dia 3 de março, a Aena deve passar, oficialmente, a operar o complexo aeroportuário do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre. Uma mudança que deve proporcionar o surgimento de um novo cenário para diversos segmentos econômicos da região. Por isso, com o objetivo de fomentar e fidelizar o relacionamento com as empresas que lá estarão instaladas, a Associação Comercial Pernambuco (ACP) comanda o projeto AeroACP, uma rede de relacionamentos entre os associados e demais empresas do estado e que nele desembarcarem. O primeiro encontro aconteceu ontem, na sede da ACP, bairro do Recife e reuniu integrantes da Associação, representantes da Aena e da Câmara Logística de Pernambuco – Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), que é presidida pelo presidente da Câmara e presidente do Complexo Industrial Portuário Governador Eraldo Gueiros (Porto de Suape), Leonardo Cerquinho.

Na ocasião, os participantes foram apresentados às soluções propostas pela  Connect Cargo e Expert Log, empresa que desde junho de 2019 opera no aeroporto com cinco aviões Boeing e dois Jumbo no transporte de cargas nas rotas Miami/Recife/Guarulhos e Miami/Manaus/Guarulhos. Os CEOs da empresa, Rodrigo Pacheco e Cláudio Fonseca, falaram sobre a expectativa com a chegada da Aena e o projeto de fazer do Recife um gateway (ponto de chegada e partida de cargas). “Já temos o Porto de Suape que atende muito bem, há uma malha rodoviária, mas o aeroporto ainda não tem essa estrutura e possui alguns desafios como a ausência de raios x, a necessidade da segunda pista e a criação de um terminal de cargas. Atualmente, mesmo que nossa empresa queira fazer uma operação de volume, não consegue escoar porque o terminal não consegue recepcionar essa carga. Além disso, as tratativas com a Infraero eram demoradas.”, explica. 

Com a experiência de quem opera com clientes como a Ali Express e o trânsito de até 300 mil encomendas por mês para São Paulo, Rodrigo revela ainda que, atualmente, quem tem Pernambuco como destino final está levando sua carga para São Paulo e a trazendo para o Estado por meio rodoviário. “Queremos mudar isso, fazer uma malha regular, trazer voos diretos de Miami para Recife, por exemplo, o que vai aumentar o volume de cargas desde que se tenha estrutura para isso. Com alguns investimentos pontuais bem detalhados, isto acontece”, afirma.  Cláudio Fonseca, também CEO da Connect, acredita que o objetivo é modificar a motivação da vinda ao Estado.  “As pessoas precisam vir ao Recife por necessidade e não por opção. Afinal, Pernambuco já é um portal de entrada de e-commerce”, informa.

O presidente em exercício da ACP, Tiago Carneiro, anfitrião do encontro, afirmou que a parceria com a Câmara Logística de Pernambuco e é uma oportunidade para conhecer as demandas das empresas que aqui se instalarão. A ACP, inclusive, já está pleiteando junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o programa Conect Américas, que visa desenvolver o comércio exterior em pequenas empresas visando criar a possibilidade de importação e exportação de companhias de todos os portes. “Sabemos que com a chegada da Aena muda a relação entre o aeroporto e agentes que ali trabalham, com fornecedores, e também estamos com essa função de melhorar essa comunicação. A vinda da empresa também acarreta geração de emprego, impostos e visibilidade para o Recife no eixo logístico”, afirma.,

Para Leonardo Cerquinho, o objetivo da Câmara Setorial, de agregar vários atores diferentes dentro da discussão, está sendo cumprido. “Temos aqui representada a Receita Federal, Suape, a Secretaria de Desenvolvimento, a ACP, o terminal de containers, operadores logísticos e empresas aeroviárias. A ideia é juntar este corpo plural pra discutir quais são os principais direcionamentos estratégicos para a logística de Pernambuco de maneira geral com um conceito de multimodalidade”, afirmou. Sobre a chegada da Connect, acredita que reforça a vocação de Pernambuco como um hub, ou gateway. “Entendemos que muitos serviços de alto valor serão agregados ao processo logístico de forma geral”, resumiu.

As reuniões do grupo serão bimestrais. A de abril deve ter como pauta a apresentação do plano de trabalho da Aena. Presente no encontro, Henrique Ambrosio, assessor do presidente da empresa, não falou com a imprensa. “O que posso dizer é que a Aena acredita no Brasil e, especificamente, no Nordeste. Tanto que temos um contrato de 30 anos na região”, afirmou.



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