Economia

Mais da metade das buscas do Google resulta em zero cliques, diz relatório

Pela primeira vez, mais da metade das buscas no Google resulta em zero cliques – o usuário procura um termo ou uma frase e não clica em nenhum site listado na plataforma de busca. A informação é de um relatório recém-publicado pela Sparktoro, empresa de software americana.

O pesquisador usou números da Jumpshot, de análise de dados para marketing. A marca de 50,33% das buscas que geraram zero cliques foi atingida em junho. 

O objetivo de Randk Fishkin, autor do texto, é explorar o monopólio nas ferramentas de busca. Ele justifica o uso de dados da empresa de marketing porque o Google não abre essas informações – os dados de tráfego da empresa não são públicos.

O relatório mostra que mesmo antes de atingir o patamar de 50,33%, uma porção das buscas (6%) já terminava em cliques a sites de domínio do Google, como YouTube, Maps e o blog do Google.

Embora esses sites possam estar listados entre os primeiros resultados de busca porque são, de fato, os melhores de acordo com o algoritmo, o Congresso americano questiona a Alphabet, dona do Google, por possíveis práticas monopolistas. 

Avaliando dados do segundo trimestre, Fishkin conclui que não existe competição nesse mercado. Segundo a Jumpshot, 94% das buscas nos Estados Unidos acontecem em sites ligados ao Google (como Google Imagens, Youtube e a própria busca).

A análise destaca que a dominação deve ser ainda maior porque a ferramenta não inclui aplicativos móveis como Google Maps e YouTube, amplamente instalados em dispositivos móveis no país.

Nos aparelhos móveis, onde mais da metade das buscas acontecem, os cliques orgânicos caíram quase 20%, enquanto os pagos quase triplicaram e os zero cliques subiram de forma significativa nos últimos três anos.

Especialistas têm alertado que a ampla gama de informações que o Google disponibiliza já na primeira página (como cartões explicativos e tabelas com resultados de jogos) faz com que usuários não cliquem nos sites de terceiros indexados em sua ferramenta de busca.

A Jumpshot, que deu os dados da pesquisa, é um braço de dados da Avast, uma das líderes em cibersegurança. A Avast coleta e analisa cada URL visitada por cada navegador nas máquinas em que sua solução está instalada. Depois de anonimizar e agregar os dados, os envia para análise de comportamento de navegação na Jumpshot. 

Em nota, o Google diz que "sempre gerou uma grande quantidade de tráfego para sites de terceiros e que acreditamos que oferecer uma experiência de busca cada vez melhor para usuários no mundo todo é uma maneira de ajudar a entregar ainda mais tráfego para sites em toda a web".

"Estamos sempre explorando novas formas de aumentar ainda mais esse engajamento e assim garantir que estamos apoiando todo o ecossistema digital", afirma.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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