Economia

Distorção salarial entre homens e mulheres afeta pernambucanos

Foto: Luis Nova/CB/ D.A Pres

“O que nos impacta mais nessa análise de dados é que há alguns anos, o número de mulheres nos cursos superiores brasileiros já ultrapassou o de homens e elas também costumam ter maior tempo de estudos e maior presença nas pós-graduações do país. Ou seja, apesar de estar mais capacitada, a mulher continua ganhando menos. Não existe nenhuma justificativa plausível para isso e por isso quisemos fazer essa análise, porque esse cenário só se muda com informação e educação”, explica Rui Gonçalves, gerente de relações institucionais do Quero Bolsa.

Em Pernambuco, por exemplo, a profissão de médico generalista apresenta diferença de 56,91% em relação a homens e mulheres. Eles ganham R$ 5.666,89, enquanto que elas, R$ 3.611. “Quem pode mudar isso são as novas gerações. Isso é um fenômeno cultural, o machismo. Então é preciso informação para os jovens, empoderamento feminino e mais educação”, completa.


O que algumas mulheres não sabem é que distorções salariais baseadas no sexo de quem trabalha são proibidas por lei. Hoje, essa isonomia está presente tanto na Constituição Federal como na CLT. Contudo, Fábio Farias, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho em Pernambuco (TRT_PE), afirma que não é simples identificar e solucionar esse problema.

“Juridicamente, a nossa constituição ela tem como um dos pilares o primado da igualdade, pessoas em situações iguais devem ser tratadas de formas iguais, credo, raça ou sexo e de uma série de outras coisas, escolha afetiva, deficiência, isso não deve influenciar. Mas, na prática, existe. O próprio Governo do Estado não dá exemplo. Quantos secretários são mulheres? Escolher homens para cargos mais altos também é um sintoma desse preconceito, que deve ser combatido”, reforça. Fato: das 27 pastas com status de secretária de Pernambuco, apenas três são ocupadas por mulheres. “Para quem se encontrar nessa situação com diferença salarial para a mesma função, se for funcionária pública, tem que divulgar, prestar queixa e colocar a boca no trombone, Já quem está no privado, deve buscar um advogado para ou fazer uma deúncia no Ministério Público do estado, ou ajuizar uma ação.”

 

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