O empreendimento foi um dos afetados pela chamada lei dos portos, em vigor desde 2013 e que, entre outros pontos, centralizou em Brasília a realização e gerenciamento de processos licitatórios dos portos brasileiros. Com isso, muitos projetos foram engavetados e, até agora, aguardam pela tramitação no ritmo dos órgãos federais. Entre as obras que estão no compasso de espera está a dragagem que permite o acesso de navios maiores ao local. A promessa agora é de que os recursos sejam liberados em 2019.
“O Porto, por conta do açoreamento, precisa desse tipo de obra. Alguns especialistas até dizem que a dragagem é o oxigênio de um porto. Os trâmites estão correndo na Secretaria de Portos e estão programados para iniciar as obras em 2019. Os serviços devem durar entre 40 e 45 dias”, contou o diretor comercial e de operações do Porto do Recife, Marco Dubeux.
Com a realização deste processo, a profundidade do cais, que hoje é de 10 metros, vai para 12 metros. “Recentemente publicamos uma portaria passando a profundidade para 9 metros. Com isso, só recebemos uma embarcação com capacidade de 30 mil toneladas. Após a dragagem, teremos uma profundidade de 12 metros permitindo o atracamento de navios com capacidade de 50 mil toneladas”, detalhou o diretor. Além da dragagem, a expectativa é de que também sejam realizadas obras estruturais de reforma do cais.
Segundo Marco Dubeux, novos projetos também estão sendo pensados para o Terminal Marítimo de Passageiros, inaugurado em 2013 mas que também está na fila de espera do processo de arrendamento. “Não é só o terminal em si. Também será a expansão comercial do projeto, que inclui o armazém 8, que deve ter um shopping, mercados… já tive reuniões com empresários interessados e queremos tornar a área ocupável”, detalha.
Enquanto aguarda por esses avanços estruturais e licitatórios, a diretoria do porto busca a diversificação das cargas operadas nos armazéns. No ano passado, a movimentação de cargas no terminal recifense foi de 1,4 milhão de toneladas. Até o momento, o número chega a 800 mil. Por isso, a expectativa é ultrapassar a marca de 1,5 milhão movimentados este ano. De acordo com Marco Dubeux, em volume, a principal carga movimentada é a barrilha, seguida do coque de petróleo, cuja demanda também cresceu.
Atualmente, o ancoradouro movimenta produtos como, por exemplo, açúcar, fertilizantes, cevada, trigo, milho, barrilha e coque de petróleo. “O açúcar representa a nossa tradição. Temos dois terminais importantes em operação e, apesar da queda neste tipo de operação, ainda há relevância. Outro produto que tem destaque é a malte cevada, que tem um terminal privado dentro do porto”.