“A ideia é que possamos trazer o debate de como se utilizar de fatores singulares do semiárido nordestino, especialmente de Pernambuco, que podem ser diferencial competitivo em algum processo de inclusão produtiva daquela região. Por exemplo, quando trabalhamos o rebanho de caprinos, forte na região, temos que considerar esses fatores que impactam nessa questão da produção”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae/PE, Oswaldo Ramos.
Entre as áreas que estão sendo estudadas, há projetos no setor de eficiência energética, hídrica, do solo e ainda de estímulo ao empreendedorismo cultural. “A energia solar é um fator importante de inclusão. A região tem sol em abundância, como usar isso em favor das empresas? Outro item é o aproveitamento pleno do peixe, como a pele e os ossos. Não temos no semiárido uma estratégia de escala de produção, então temos que ser eficientes aproveitando os subprodutos”, diz o diretor.
De acordo com Pedro Lira, gerente da Unidade do Sertão Central, Moxotó, Pajeú e Itaparica do Sebrae-PE, em um primeiro momento estão sendo identificadas as lideranças da região e formando o comitê de gestão do projeto. “Em paralelo, estamos capacitando essas pessoas e identificando quem são as instituições parceiras de fomento ao desenvolvimento da região. A busca é principalmente por parceiros que tenham uma tecnologia que aprimore o nosso produto. Se temos um potencial, precisamos ver como agregar valor. Se não temos, precisamos identificar como trazê-lo”, detalha.
Projeto é ancorado em três eixos
De acordo com Ramos, a proposta é ainda trabalhar produtos específicos, como o artesanato. “Serra Talhada e a região do Sertão passam por uma transformação muito grande e precisam trabalhar as oportunidades. São áreas com uma cultura muito forte. O artesanato é muito promissor, mas que as pessoas precisam trabalhar o lado empreendedor. Neste sentido, estamos fazendo um programa específico para os artesãos”, conta.
Em cada uma das unidades do país, a proposta é estimular um setor. Em Cuiabá, o centro é dedicado à sustentabilidade. No Rio de Janeiro, o artesanato está no foco e o mais recente, em São Paulo, é voltado à economia criativa. A ida do projeto para o semiárido é estratégica para o Nordeste. “O semiárido representa 80% da área geográfica da região e existem vários setores que podem ser trabalhados e aprimorados em diversos segmentos. A tecnologia pode ser uma forte aliada neste sentido, basta que possamos encontrar as tecnologias certas para o desenvolvimento da região”, ressalta Ramos.