O criador da tecnologia é André Ferraz, pernambucano de 26 anos que chegou a trabalhar dois anos sem salário no próprio negócio. Além dele, os sócios Alan Gomes, Eduardo Martins, Lucas Queiroz, Denyson Messias, Airton Sampaio e Gabriel Falconi.Hoje, além da eminência de se transformar no quarto unicórnio brasileiro, primeiro pernambucano, a In Loco Media já tem mais de 50 milhões de usuários e mais de 500 aplicativos diferentes exibindo seus anúncios em todo o Brasil. Basicamente, o ponto focal da In Loco Media é oferecer publicidade direcionada pela geolocalização em aparelhos móveis como smartphones. O que ocorre na prática é que você abre seu celular no shopping, por exemplo, e recebe uma propaganda de uma loja do centro comercial com as promoções do dia.
Isso só é possível através de uma tecnologia chamada computação ubíqua, conceito que abrange a integração da mobilidade com a presença de inteligência em todos os lugares. Isso amplia a taxa de retorno da propaganda. A da In Loco Media é de incríveis 72%. Ou seja, sete de cada dez pessoas que veem as propagandas da empresa vão até as lojas físicas das marcas divulgadas. “Começamos com a publicidade geolocalizada e agora estamos focando no CPV, que é um modelo de comercialização de campanhas publicitárias, vendido para empresas, que fornece ao anunciante o número de visitas físicas detectadas por meio da tecnologia exclusiva de geolocalização criada pela própria In Loco, que se baseia em sinais de wi-fi e sensores dos smartphones”, explica.
A sede da In Loco Media, hoje, está no Bairro do Recife e, no portfólio, clientes de peso como Carrefour e Subway. Com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e representações em Portugal e México, a empresa acaba de aterrissar em solo norte-americano e esse é um dos focos de 2018. “Queremos conquistar espaço por lá. Já estamos com vários contratos, mas é um mercado grande e temos muito a explorar”, ressalta.
Já o In Loco Engage usa a tecnologia e inteligência de geolocalização In Loco para conhecer o comportamento do usuário dos aplicativos no mundo físico, permitindo impactá-lo com campanhas e mensagens em determinado momento. Um exemplo do uso é um app de táxi que consegue identificar seus usuários no momento em que estão em um aeroporto e enviar notificações push neste exato momento oferecendo seus serviços. “Também podemos focar ações por bairros”, esclarece Ferraz. Ele, inclusive, está em busca de talentos para investir ainda mais nos novos produtos. “Estamos contratando analista de cultura e pessoas, full-stack engineer, lead back-and enginer, Lead SRE Engineer, Lead Software Engineer, Lider Técnico de Business Intelligence e Solution Enginner”, adianta. Há vagas disponíveis para as cidades do Recife e São Paulo. Os interessados devem acessar: https://www.inlocomedia.com/vagas/. André Ferraz também se dedica, quando pode, a repassar conhecimento. O CEO da In Loco Media concedeu entrevista ao Diario durante um Mentoring organizado pela Lide Futuro Pernambuco na sede da empresa.
Com a ideia formada e a certeza de que o negócio daria certo, ele largou a faculdade e passou dois anos trabalhando sem receber salário no desenvolvimento da ideia com o intuito de tornar o negócio vendável. O primeiro investidor veio em 2011. “O comércio eletrônico tinha uma vantagem competitiva em relação ao varejo físico porque eles podiam analisar o comportamento do consumidor no mundo digital. Foi então que surgiu a In Loco Media. Além da tecnologia para a publicidade, começamos com uma base de dados gigantes sobre o comportamento do consumidor no mundo offline”, relata.
Com o projeto mais estruturado, André caiu em campo para buscar novos clientes. Ainda sem equipe formada, ele ia sozinho às reuniões. Em São Paulo, chegava a uma média de oito por dia. Em seis meses, ele diz que “perdeu” cinco pares de sapato correndo pelas ruas e terminais de metrô e ônibus da capital paulista. Não foi fácil e, mesmo com o projeto estruturado, o jovem enfrenteou fases difíceis e quase desistiu quando os investidores entraram em crise “Isso serviu de aprendizado. Bati de frente com gente grande, retomei o controle da marca e ainda aprendi a negociar”.
O esforço deu certo e agora ele colhe os frutos da história. Como inspiração, além do pai, que lhe ensinou o que era computação ubíqua, André Ferraz faz questão de citar a mãe, que já enfrentou a realidade da seca do Sertão e foi feirante.