Economia

Coluna: Inovação&Negócios

Espaço é voltado para tirar as principais dúvidas sobre as inovações para melhorar o seu negócio


 

Tentaremos ajudar aqui nesse espaço a preencher um pouco desse deficit de compreensão e demonstrar, sempre que possível através de exemplos, que inovação é mais próxima do cotidiano das pessoas do que parece. Defenderemos que ela é fundamentalmente matéria de empreendedores, de gente que faz negócios aliando sonhos e determinação a um forte senso prático. É a empresa que inova, combinando fatores produtivos, entre eles o conhecimento teórico, via de regra gerado na universidade, mas não apenas, para produzir soluções de problemas relevantes da sociedade. Isso pode ser um simples guarda-chuva ou um reator nuclear. A dinâmica da inovação comporta diversos fatores críticos. Um deles é o risco. Se é inovação, não há histórico. O ritmo é então ditado por desconfianças quanto ao êxito, em especial nos casos em que a inovação é disruptiva, e não incremental. Mas, além dos riscos, a inovação comporta custos. Inovar é caro. A necessidade de mitigação desses dois fatores traz à cena governo e investidores. Como um time de futebol, o governo joga na defesa, demandando inovação em larga escala para endereçar problemas estratégicos do país; no ataque, custeando parte do esforço financeiro da inovação através de agências especializadas como a Finep; e no meio de campo, através de legislação facilitadora do desenvolvimento, implementação e adoção da inovação. Paris possui hoje 13 distritos de inovação com regramentos especiais para permitir a experimentação de soluções urbanas em situações reais. Aqui no Brasil, exemplo recente é o novo marco legal de C,T&I, regulamentado através do Decreto Federal 9.283/18, que simplifica o fluxo de recursos e insumos para pesquisa e promove maior cooperação entre institutos de ciência e tecnologia públicos e privados, universidades e empresas. O segundo ator referido são os investidores de risco. Se, por um lado, existem as grandes empresas que possuem mecanismos próprios de inovação, constituídos de engenheiros e tecnólogos que criam e registram patentes a partir de laboratórios altamente sofisticados, por outro, existem as chamadas startups – que, na definição do cientista e empreendedor Silvio Meira, são novos empreendimentos inovadores de crescimento acelerado. As startups se articulam em torno de incubadoras e aceleradoras de negócios, cuja atuação visa atrair investidores de risco para garantir fluxos de recursos para desenvolvimento de novos produtos, aprimoramento dos modelos de negócios e acesso ao mercado. Destacam-se os chamados investidores-anjo, que aportam capital em troca de participação em negócios de muito baixo estágio de maturidade. Mas a questão principal não é falar sobre o que é inovação, mas porque falar dela. A razão é que inovações tecnológicas são os principais motores dos ciclos econômicos, gerando um fenômeno descrito por Schumpeter, economista austríaco da primeira metade do século passado, como destruição criadora. Ou seja, a um tempo em que a disseminação da inovação progride por meio dos novos empreendimentos, ela desaloja os estabelecimentos produtivos tradicionais, gerando movimentos alternados de desemprego tecnológico e emprego compensatório. Assim, falar de inovação é falar de eficiência produtiva, de competitividade e de desenvolvimento econômico. Em resumo, inovação é assunto de todos.

[SAIBAMAIS]

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...