O município de Goiana, recém-incoporado à Região Metropolitana do Recife, vai ser repensado a partir de novas diretrizes. Depois de receber indústrias de diversos portes e setores que atropelaram a capacidade da cidade de atender qualquer demanda da nova ocupação, a cidade agora constrói o Goiana em Ação – Fórum de Desenvolvimento Sustentável de Goiana, parceria entre as empresas Klabin e Jeep (da FCA) e que integra setor público, sociedade civil e qualquer outro agente que queira discutir a construção de um futuro sólido e sustentável para a cidade. O evento de lançamento do Fórum acontece hoje, às 18h, no Sesc Ler – Goiana, no qual serão apresentados também os resultados do Índice de Progresso Social (IPS), medidor das demandas da população.
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Parceria entre empresas cria Fórum de Desenvolvimento Sustentável
Parceiros privados, como Klabin e a Jeep, juntam-se à sociedade civil para debater um futuro para a cidade
Thiago Pereira, coordenador de Sustentabilidade da Klabin, destaca que é a primeira vez que busca parceiros para o projeto, que é prática da empresa. “Quando a gente se instala em um lugar, a gente pensa o desenvolvimento dele. Já é a terceira vez que fazemos isso e agora com uma parceria que é de outro setor de atividade industrial, mas que é um ator da cidade e tem os mesmos desafios a enfrentar”, pontua.
A ideia, segundo Pereira, é trabalhar o empoderamento da sociedade. “Primeiro, a população de Goiana precisa entender as necessidade dela e como resolvê-las. O segundo ponto, que é a nossa missão, é fazer a cidade se integrar a um plano global de desenvolvimento e já está na nossa agenda a ideia de participar do plano de prosperidade da Organização das Nações Unidas (ONU), na busca do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A gente se colocou nesse desafio de compartilhar essa agenda com a sociedade de Goiana e ver se consegue fazer esse casamento da agenda, de unir desafios próprios dentro de uma agenda global”.
Aprovados em 2015 e com 195 países signatários, os ODS são um conjunto de 17 objetivos e 169 metas, cujo maior sonho a ser perseguido é acabar com a pobreza até 2030 e promover universalmente a prosperidade econômica, o desenvolvimento social e a proteção ambiental. Embora de natureza global e universalmente aplicáveis, os ODS dialogam com as políticas e ações nos âmbitos regional e local (municípios).
Um exemplo é Gedália Maria Venceslau da Silva. Representante do quilombo Catucá Malunguinho, do Distrito de Tejucupapo, em Goiana. Ela integra o Fórum Goiana em Ação para que a história do seu povo seja mantida, mas que novas oportunidades sejam dadas nessa onda de desenvolvimento que a cidade atravessa.
“Eu represento mais de 3 mil pessoas, a maioria mulheres de cerca de 900 famílias que vivem basicamente da pesca. É uma cultura que entendemos que não se acabará, mas que as novas gerações não podem se limitar a ela. Por isso nossa participação no debate é que a capacitação técnica, a cultura e os projetos que vão promover o empreendorismo integre a todos”, afirma.
“Além disso, a gente entende que a cidade precisa de mais saúde, educação, saneamento, moradias de qualidade, e que a história não se perca nos avanços. Que o jovem que não queira pescar saiba que tem opções na área profissional, mas a essência do seu povo é a de pescadores. Eu sou negra, quilombola, de matriz africana. Sou professora aposentada e minha origem é a minha essência”, reforça.
IPS
Coordenado no Brasil pela Fundação Avina, o IPS é uma ferramenta de mudança social cristalizada em torno da identificação de eixos prioritários de trabalho para o desenvolvimento territorial. O IPS Goiana foi o primeiro a ser aplicado no Nordeste.
Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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