Economia

7 lições para sua empresa crescer em 2017

Organização, timing e escolhas conscientes são fatores decisivos para empresas se desenvolverem em cenários de instabilidade de mercado. Especialistas ensinam como manter ritmo de sucesso, em guia feito em parceria com a Sicredi Recife

Portas fechando é um dos sintomas mais recorrentes em tempos de crise. Identificar os primeiros indicadores desse momento é crucial para começar a agir para não apenas manter a saúde da empresa, mas garantir condições para que ela continue crescendo. Segundo a professora de economia da DeVry/FBV Amanda Aires, um primeiro passo é observar se o faturamento em um período de três meses apresenta uma queda em relação ao mesmo período do ano anterior. Se isso for observado, é preciso agir.

Ary Nunes conseguiu, com empréstimo facilitado, diversificar especialidades de seu atendimento e viu sua empresa crescer. Foto: Rafael Martins/DP

Responsável pela clínica de nefrologia Multirim, Wagner Moura buscou crédito financeiro para erguer sede da empresa sem passar por sufoco no caixa. Foto: Rafael Martins/DP

Crise não significa falta de saúde financeira das empresas, mas abre espaço para que modelos de gestão e alternativas de receita e crédito sejam repensadas. Isso se aplica tanto aos gastos, como na relação com clientela, que precisa passar por adequações. Entender bem cada situação, suas origens e as possíveis maneiras de serem superadas faz com que o empresário permaneça no rumo em que o mercado segue, sem perder o ritmo. 

Arte: Priscila Milet

Conversamos com dois especialistas em mercado, um analista do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e uma professora universitária do curso de economia para que eles oferecessem um guia prático de como driblar qualquer crise e ver seus investimentos darem frutos e retornos sem comprometer a saúde do caixa da empresa. 


Se o faturamento está caindo, é preciso trazer o cliente de volta, usando uma série de medidas. Valdir Cavalcanti, analista do Sebrae, aponta que uma dessas medidas é o uso de três ferramentas básicas do comércio: a liquidação (ação para diminuir os estoques), a oferta (baixar literalmente o preço de um produto) e promoção (estratégia promocional para aumentar transação de um ou mais artigos). Outra dica é ir além do funcionamento em horário comercial, pois oferece maior acesso para possíveis clientes que estão ocupados nesse horário.


Para dar um maior fôlego ao seu caixa, é essencial que certas despesas sejam revistas. Empresas que ocupam um espaço alugado devem tentar conversar com os locatários para reduzir o valor do aluguel. Até mesmo a mudança para um local mais em conta deve ser avaliada. “Essa renegociação também deve ser procurada junto aos fornecedores”, complementa Cavalcanti.


Seja na hora de investir alto ou na manutenção das operações, é preciso manter capital de giro, por isso, não se recomenda utilizar todos os recursos da empresa, sem margens de segurança. “Empréstimos ou linhas de crédito podem oferecer alívio, sob boas condições, como juros baixos”, afirma Amanda Aires, professora de economia da DeVry/FBV. Essa alternativa também pode ser empregada para obtenção de recursos que atraiam novos clientes, como a aquisição de novos equipamentos, por exemplo.


Essa ação vem por meio da redução de custos fixos e variados (que estão agregados a vendas). Empresas que trabalham com entregas podem avaliar uma terceirização ou uma suspensão do serviço. “Em casos mais sufocantes, é necessário uma redução da mão-de-obra não produtiva, sendo executada de forma bem pensada”,  explica o analista do Sebrae Valdir Cavalcanti. Essa mão-de-obra é aquela que está envolvida em uma linha produtiva que não é acompanhada pela demanda, podendo ser enxugada. 


É uma prática comum querer ter lucros altos. Há empresas que chegam a colocar uma margem de 200% em um produto/serviço. Em tempos de inflação, essa é uma prática não recomendada. “O ideal é focar no volume de venda frente a margem de lucros para obter um aumento no faturamento de forma saudável”, aponta o analista.


Segundo o profissional do Sebrae, repensar os gastos de sua vida pessoal também é preciso. Isso porque uma diminuição dessas despesas implica uma retirada menor do pró-labore, quantia de dinheiro destinada ao administrador. Assim, esse pode ser um bom caminho para a sobra de caixa. Os frutos podem ser devidamente colhidos em futuro próximo. 


Começou a sobrar? É um sinal de que sua empresa voltou a crescer, mas os cuidados listados aqui ainda não devem ser descartados. Observe se o rendimento mensal está se mantendo semelhante àquele dos tempos de estabilidade. A economista Amanda Aires aponta que esse cenário indica um conforto maior, porém os modelos de gestão precisam continuar a serem repensados de acordo com os diferentes contextos em que a empresa se insere.

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