Economia

Energia solar ajuda a diminuir conta de luz dos pernambucanos

Proprietários de empresas e residências comemoram a economia

O gerente comercial Marcelo Ribeiro investiu R$ 28 mil em 24 placas fotovoltaicas instaladas no telhado de sua casa e economiza cerca de R$ 520 por mês. Foto: Ironildo Machado/Divulgação

Diretor de comercialização de energia da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Manoel Malta lembra que há três anos o governo de Pernambuco vem incentivando a microgeração de energia no estado através do PE Solar. “Foram disponibilizados recursos para financiamentos de projetos em unidades consumidoras, como padarias, supermercados, farmácias, postos de combustíveis, entre outros”. Segundo ele, um dos principais benefícios é a economia. “Em média, depois de cinco anos o consumidor recupera o investimento. E a geração permanece por mais de 20 anos”, diz.

A geração de energia solar se torna atrativa, segundo Malta, para residências ou estabelecimentos comerciais que consumam a partir de 500 quilowatts-hora (KW/h) por mês. “É possível economizar de R$ 100 a 200 por mês ou até mais, dependendo da compensação que ele faça”, explica. Isso porque os interessados em fazer uso da alternativa precisam especificar a capacidade de geração das placas: quanto maior a geração, mais caro é o projeto. Apesar de haver uma variação nos valores, a média de investimento é de R$ 6 mil a R$ 9 mil para cada KW instalado.

No Cemitério Memorial Guararapes, a redução na conta chega a R$ 1,3 mil mensais. Foto: Julio Jacobina/DP

Um dos estabelecimentos que aposta na energia solar é o Cemitério e Crematório Memorial Guararapes, onde há um ano foram instaladas 60 placas fotovoltaicas a um custo de R$ 100 mil. Na avaliação do diretor do local, Eitor Laurentzy, além da economia gerada, a sustentabilidade é outro fator importante. “Temos uma redução (na conta) na faixa de 25%, o que significa de R$ 800 a R$ 1,3 mil por mês”, afirma.

A residência do gerente comercial Marcelo Pinheiro é uma das 121 em todo o estado que faz uso da energia renovável. “Tenho conhecimento na área e fiquei pesquisando, junto às empresas, para ver qual era o melhor momento para investir”, lembra. Há cerca de um ano e oito meses, ele instalou 24 placas fotovoltaicas no telhado a um custo de R$ 28 mil. Por mês, o equipamento gera 840 KW/h. “Eu consumia, em média, 600 KW/h e a conta girava em torno de R$ 350 reais”, diz, acrescentando que a energia gerada também abastece o consultório da esposa, localizado nas proximidades da Avenida Caxangá, cujo custo com energia era de R$ 170 mensais. Levando em consideração os dois estabelecimentos, a economia mensal do gerente é de R$ 520 todos os meses.

Parques de geração compartilhada

A Insole inaugura, no início de junho, um parque de energia compartilhada em Gravatá. Foto: Ironildo Machado/Divulgação

Um deles está sendo erguido pela Insole em Gravatá, no Agreste, e deve entrar em operação no próximo mês. Segundo Ananias Gomes, a opção é ideal para aqueles que também não dispõem de recursos para instalar as placas fotovoltaicas. “É um contrato de locação que dura de dez a quinze anos. Nós geramos a energia, injetamos na rede da Celpe, e designamos quais empresas serão beneficiadas por essa geração”, explica.

Por conta disso, o formato permite que a energia seja gerada longe do estabelecimento que vai se beneficiar pelo desconto: com uma área de 10 mil metros quadrados, o condomínio vai fornecer energia para uma rede de academias e outra de lanchonetes, ambas localizadas no Recife. A empresa está investindo em uma segunda usina que deve ser inaugurada até o fim do ano.

A Global Sun é outra empresa que aposta no formato de energia solar compartilhada. A empresa está prestes a inaugurar uma planta com 127 hectares no município de Tacaimbó, também no Agreste, que vai atender a quatro clientes dos setores de alimentos, energia, e um cliente residencial. “O interesse das pessoas e empresas pela energia solar tem crescido, mas temos dois grandes entraves: a crise econômica e falta de linhas de financiamento específicas”, diz Pedro Nunes, diretor-executivo da empresa.

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