Economia

Futuro da Oi preocupa clientes

Operadora garante que os serviços serão mantidos. Mas eles podem ficar ainda mais precários

Os clientes da Oi podem ficar despreocupados como recente pedido de recuperação judicial da empresa? Depende de quem responde a pergunta. A operadora e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) garantem que haverá esforços na manutenção não só dos serviços, como dos investimentos em infraestrutura. Já a Associação Brasileira de Defesa dos Consumidores (Proteste) e a Associação das Empresas de Radiocomunicação do Brasil (Aerbras) afirmam que o prejuízo ao consumidor não se resume apenas aos serviços, mas também na possível alienação ou leilão de bens móveis e imóveis da operadora. Segundo as associações, isso significaria danos ao erário público, uma vez que as redes de telecomunicações devem retornar à União com o fim da concessão, em 2025.

“Nossa primeira preocupação é que os serviços ofertados são essenciais e, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), têm que ser prestados de forma contínua. Se antes da recuperação a Oi já falhava, sendo a campeã em queixas na Proteste em 2016, imagina agora?”, questiona Sônia Amaro, supervisora institucional da associação. A segunda preocupação da Proteste diz respeito aos bens da Oi. “A operadora tem equipamentos de rede, imóveis e automóveis que compunham o patrimônio da União antes da privatização e, portanto, são reversíveis quando as concessões expirarem, em 2025. Tememos que haja venda desses bens, o que representa uma perda para os brasileiros.”

Dane Avanzi, advogado e presidente da Aerbras, compartilha das preocupações da associação de defesa do consumidor. “Caso a Justiça aceite o plano de recuperação judicial, a questão é: como o conselho de gestão composto pelos principais credores mitigarão seus prejuízos? Poderão eles vender os valiosos ativos imobiliários, tidos como bens reversíveis? Qual será a posição do Ministério Público Federal? No mais, uma operadora de telefonia móvel só tem como ativo o caixa, cujo pedido de recuperação judicial, se for aceito, estará blindado”, esclarece. Ele também ressalta que a rede da Oi domina 50% do território brasileiro e é utilizada por aplicativos que rodam em nuvem como Netflix, Whatsapp e Skype. “É essencial.”

Em nota, a Oi afirma que a recuperação judicial permite a manutenção da operação normal de prestação de serviços da empresa, incluindo todas as operações, que são mantidas, além dos empregos, vendas de serviços e produtos, canais de atendimento e atividades de instalação, manutenção e reparo. Já a Anatel adianta que suspendeu cautelarmente qualquer alienação ou oneração de bens móveis e imóveis integrantes de patrimônio das concessionárias, bem como de suas controladoras, controladas e coligadas, sem aprovação prévia pela mesma. A agência também informa que adotará ações específicas de fiscalização que assegurem a manutenção das condições operacionais das empresas e a proteção dos usuários.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
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