Economia

Março apresenta melhor IVV de 2016, mas crise ainda afeta setor

Mês registrou um leve aumento de 1,5 ponto percentual no Índice de Velocidade de Vendas (IVV) em relação a fevereiro, fechando em 3,9%, o melhor resultado até agora para 2016

Em relação ao mês de fevereiro de 2016, houve um aumento de 63,2% no IVV. Foto: Teresa Maia/DP

O mercado imobiliário no Grande Recife continua sentindo os pesados efeitos da crise na economia brasileira, sobretudo pelo elevado número de perdas de vagas na construção civil. Mesmo assim, no último mês de março, a região registrou no mês de março um leve aumento de 1,5 ponto percentual no Índice de

Velocidade de Vendas (IVV) em relação a fevereiro, fechando em 3,9%. É o melhor resultado, até agora, para este ano.

Embora o resultado de março tenha animado o segmento, o índice, de acordo com a gerência do Núcleo de Economia e Negócios Internacionais (NENI), da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), que coordena o levantamento, foi o pior nos últimos nove anos, no mês referendado. Já

comparado ao mesmo período de 2015, houve queda de 1,5 ponto percentual.

Os dados divulgados pela Fiepe, que analisa o comportamento do mercado em uma média ponderada da variação das ofertas e vendas de imóveis novos no mês de referência, mostraram ainda uma redução de 4,3% no número de ofertas em comparação com março de 2015, totalizando 7.060 unidades. Vale destacar que no período analisado não houve nenhum lançamento habitacional.

Pelo levantamento, as vendas de imóveis residenciais em março somaram 297unidades, apontando queda de 34,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já em relação ao mês de fevereiro de 2016, houve um aumento de 63,2%. O IVV é feito através de levantamento mensal realizado junto às construtoras e incorporadoras mais expressivas da Região Metropolitana do Recife (RMR).

De acordo com Thobias Silva, gerente do Núcleo de Economia e Negócios Internacionais (NENI) da Fiepe, um fator determinante para a tímida, porém animadora, elevação no IVV de março foi a Semana Imobiliária da Ademi-PE, que Nacorreu na primeira semana de março, no RioMar Shopping. No evento, foram

ofertados cerca de 4 mil imóveis.

“Não há dúvida de que a Semana Imobiliária contribuiu para os resultados do IVV de março. O mês de fevereiro historicamente é um período de baixas vendas no mercado imobiliário, pois a população gasta muito do orçamento com o pagamento de impostos comuns ao começo do ano, contas de casa e ainda

carnaval. O mercado continua vendendo, no entanto com uma frequência inferior outros anos, até porque a economia estagnada restringe a procura”, explicou. Assim como em março, com a Semana Imobiliária, a Fiepe acredita que o IVV de

maio, que ainda será divulgado, poderá ter um aumento em função do Feirão Caixa da Casa Própria, ocorrido na semana passada e que movimento cerca de R$ 550 milhões em negócios.

Pela análise da Fiepe, a Zona Sul do Recife ainda concentra o maior número de ofertas e em março totalizando 1.520 unidades disponíveis para venda nos bairros de Boa Viagem, Imbiribeira, Pina e Setúbal. Porém, não perdeu nas vendas propriamente ditas, com apenas 51 dos imóveis comercializados, um IVV

sem ponderação de 3,4%. "A região classificada como Sudoeste do Recife, em bairros como Tejipió, Curado Cordeiro, Madalena, entre outros, liderou o IVV (sem ponderação) com 33,3 pontos percentuais. Mas apenas 11 imóveis foram vendidos de um total de 33 ofertados. Essas localidades apresentam um potencial mais elevado de oferta de terrenos para novos produtos em relação a outras já saturadas. Houve um excesso de ofertas acentuado em Jaboatão dos Guararapes, com 1220 ofertas, mas

somente com 22 vendas”, destacou Silva.

Sobre uma possível retomada do mercado imobiliário este ano, o gerente do NENI explicou que ainda é cedo para traçar um panorama favorável. Thobias Silva reforça que as perdas nos postos de trabalho na economia brasileira em 2015

também foram responsáveis pela baixa nas vendas dos produtos em estoque. Além disso, o setor, assim como os demais da economia, aguarda os reflexos da nova

equipe econômica montada pelo governo em exercício para tentar animar o mercado.

"Em 2015, 60% das perdas no mercado de trabalho se  concentraram na construção civil e isso rebate diretamente no mercado. A inflação elevada e a restrição de crédito pelos bancos também fizeram com que a população ficasse mais cautelosa na hora de fechar um negócio. Por hora, é cedo para avaliarmos o que em para o restante do ano, mas a depender das medidas adotadas pelo governo em exercício o mercado pode voltar a adquirir a confiança necessária para vender”, pontuou.

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