Economia

Impasse entre Marreta e Sinduscon-PE está longe do fim e greve continua

Segundo o Marreta, o Sinduscon-PE insiste na proposta de reajuste salarial de apenas 2%, bem abaixo dos 20% reivindicados pela categoria

Operários da construção civil não aceitam reajuste oferecido pelo Sinduscon-PE, de 2%, e permanecem em greve. Foto: Marreta/Divulgação

Segundo o Marreta, o Sinduscon-PE insiste na proposta de reajuste salarial de apenas 2%, bem abaixo dos 20% reivindicados pela categoria. Sem uma definição de correção salarial, considerada ponto-chave da pauta, a greve, que está atingindo mais de 500 canteiros de obras somente na Região Metropolitana do Recife (RMR), continua por tempo indeterminado. O órgão diz 97% da categoria aderiam à greve em todo o estado, com cerca de 100 mil trabalhadores de braços cruzados.

Além do reajuste salarial, a categoria pede um adicional de hora extra de 100%, não ampliação de jornada de trabalho aos sábados, vale-alimentação no valor de R$ 200, melhorias na segurança e nas refeições dos canteiros e também o cumprimento da data-base da categoria, mantida em 1º de outubro. O Sinduscon-PE permanece defendendo uma proposta de 2% de reajuste, o que acirrou ainda mais os ânimos dos trabalhadores, que de imediato negaram o percentual. De acordo com a presidente do Marreta, Dulcilene Morais, os operários só cessam a greve com o reajuste salarial da categoria.

Ontem, após uma passeata que seguiu da sede do Marreta até a Prefeitura do Recife (PCR), a presidente do órgão, Dulcilene Morais, pediu ao secretário-executivo de governo e participação social do Recife, Gabriel Leitão, uma audiência com o prefeito Geraldo Julio para debater o tema. Além disso, fez um apelo para que a PCR não pague faturas às construtoras, sob o argumento de que as empresas não estão querendo pagar os trabalhadores da construção civil.

Em nota oficial divulgada no início da tarde de ontem, a Secretaria de Governo e Participação Social da PCR informou que recebeu uma comissão do Marreta, mas esclareceu que “não tem relação direta na negociação que acontece entre categoria e classe patronal, mediada pelos órgãos competentes”. No entanto, o texto destacou que a prefeitura “se coloca à disposição para colaborar no que for de sua alçada para a solução do impasse que levou ao movimento grevista”. O órgão ressaltou, ainda, que “o município tem todo o interesse no fim negociado da paralisação que afeta diretamente o cronograma de obras essenciais para a população do Recife”.

“Hoje todos os canteiros de obras já estarão parados. Estamos tentando negociar com os patrões há oito rodadas, mas eles querem postergar a campanha salarial de 2015 para o próximo ano, alegando que a crise na economia não dá condições para atender as reivindicações da categoria. Não podemos aceitar este tipo de imposição que afeta diretamente as condições de sobrevivência dos trabalhadores”, explicou Dulcilene Morais, presidente do Marreta.

Sobre as condições de trabalho, que o Marreta também pleiteia melhorias, Dulcilene Morais destacou que de janeiro até outubro deste ano, o Ministério do Trabalho embargou cerca de 90 obras por apresentarem risco de morte aos operários. A greve também está causando receio à classe, uma vez que no fim deste mês os patrões devem pagar a primeira parcela do 13º salário. “Dia 30, o patrão tem que pagar a primeira parcela do 13º. Eles queriam que os operários estivessem em greve sem dinheiro, mas não vamos permitir isso”, completou Dulcilene.

Com informações do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta)

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