Economia

Ministério Público entra na Justiça por cotas para negros nas Forças Armadas

Concurso para ingresso na Escola de Cadetes do Exército não tem cotas raciais

Insatisfeito por não ter sua recomendação atendida, o Ministério Público Federal entrou com ação civil na Justiça para obrigar que as Forças Armadas passem a reservar 20% das vagas dos concursos a candidatos negros. A denúncia foi feita por um cidadão que notou a ausência do percentual de cotas raciais, estabelecido pela Lei 12.990/2014, na seleção para ingresso na Escola Preparatória de Cadetes do Exército.

Leia mais sobre concursos no portal Admite-se

[SAIBAMAIS]Em um primeiro questionamento, o comando da escola militar afirmou ao MPF que a legislação não menciona a reserva de vagas em concursos militares, e que há uma lei específica com regras para ingresso nas Forças Armadas. Diante disso, o ministério recomendou que o edital fosse retificado, mas o Exército não cedeu.

Para o MPF, os comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica também fazem parte da Administração Pública Federal, pois integram o Ministério da Defesa. “Apesar de a Constituição referir-se aos integrantes das Forças Armadas apenas como militares, sem utilizar a expressão ‘servidores públicos’, a categoria não integra uma milícia privada e não presta serviços a um particular. Os militares são servidores públicos na acepção mais ampla da expressão, exatamente porque prestam serviços de natureza permanente ao Estado”, afirmou a procuradora da República Ana Carolina Roman, autora da ação civil.

Além de retificar o edital do Exército, com novo prazo para inscrições e calendário ajustado, o MPF pede que o percentual de reserva de vagas para cotistas também seja aplicado em todos os concursos da Marinha e Aeronáutica.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco
Loading ...