O terreno, de 15.409,75 metros quadrados, receberá um total de 195 pontos comerciais, contando com a loja âncora principal, a própria unidade do Atacado dos Presentes, que será integrada ao novo shopping por uma praça temática. O projeto, criado pelo escritório Rangel Moreira Arquitetura, prevê um total de cinco pavimentos, totalizando cerca de 45 mil metros quadrados de área construída. As lojas serão distribuídas entre o térreo, primeiro e segundo pavimentos. No terceiro, será instalada a praça de alimentação. O estacionamento, com capacidade para 520 vagas, ficará no pavimento semi-enterrado.
O atual projeto de construção do Shopping Marista passou por modificações nesses 13 anos de espera, uma vez que a planta inicial, criada em 2004, previa um total de 294 lojas e apenas três pavimentos. De acordo com Luiz Rangel Moreira, um dos responsáveis pelo projeto arquitetônico no novo mall, a demora em oficializar a planta final ocorreu por dois motivos.
Primeiro, por que a direção do Grupo Luna priorizou a reforma e ampliação da unidade do Atacado dos Presentes localizada no bairro da Torre, o que consumiu uma nova injeção de recursos próprios, e a possibilidade de abertura de outra unidade da rede varejista no Recife, ainda em análise. A segunda razão é que a equipe de arquitetos realizou um amplo trabalho de pesquisa documental e estrutural do terreno do Marista, no sentido de adaptar o projeto ao prédio principal, avaliando, inclusive, questões urbanas, como o lençol freático da região (para a construção do pavimento semi-enterrado) e o impacto no trânsito, entre outros pontos.
Segundo Moreira, um parecer da Prefeitura do Recife deu o aval para a demolição de dois dos prédios do conjunto do Marista (uma ampliação de salas e uma capela, consumadas anos atrás), embora não houvesse nenhuma espécie de tombamento municipal. O arquiteto garantiu que a licença de construção e todo o projeto arquitetônico estão devidamente aprovados pela Prefeitura do Recife. Assim, o edifício original do Colégio Marista será preservado nas suas características históricas.
Visão recíproca
Na concepção da planta, pontuou Moreira, há uma caraterística de convivência do novo com o antigo. O principal conceito do projeto foi criar espaços livres entre os dois edifícios, com a criação de uma grande praça com coberta translúcida separando-os para que sejam vistos de maneira recíproca. Serão mantidas, acrescentou o arquiteto, as características originais do edifício do antigo colégio, integrando seu interior ao uso comercial e valorizando seus ambientes. O prédio do antigo colégio abrigará, além de lojas, atividades culturais e existe a possibilidade de uma parceria com o Teatro do Parque.
Sobre a questão do possível impacto no trânsito da região e a construção de mais um empreendimento deste porte na cidade, Luiz Moreira detalha: “O acesso e saída de veículos acontecerão pela Rua da Conceição, e o principal, de pedestres, será pela Avenida Conde da Boa Vista. Todos os estudos técnicos e de mercado constataram a viabilidade do projeto, já que a região apresenta um fluxo de pessoas e veículos caraterísticos, voltados para os usuários que circulam no Centro da cidade”.
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