Pernambucano Paulo Sales reúne textos autorais em livro 'Sobre cabeça, corpo e carnavais'

Mesmo não tendo a arte como sua principal ocupação, o empresário pernambucano Paulo Sales encontrou na escrita uma forma de expressar seu lado poético. Reunindo textos autorais guardados desde o fim da década de 1990, o livro Sobre cabeça, corpo e carnaval - Contos, crônicas e delírios chega pela Ventania Editorial, selo criado em 2020 para tiragens artesanais de projetos fora dos parâmetros convencionais do mercado. O livro está à venda on-line em vários canais e presencialmente na loja Dona Santa, em Boa Viagem, com renda totalmente revertida ao Lar do Nenen.

“Acredito que quando ainda jovem, certamente movido por um espírito mais competitivo, eu não me permitia orbitar pelas áreas mais poéticas receando passar a ser visto mais pelo lado poético que pelo lado engenheiro, executivo, financista. Escrever foi a maneira que encontrei de concretizar as histórias e os causos que se misturavam na minha mente”, conta Paulo, que é engenheiro mecânico de formação e mais conhecido como CEO da Baterias Moura. A edição e o prefácio do livro são assinados por Pascoal Soto. O material ainda traz o acompanhamento de ilustrações do artista Fernando Vilela.

 

Filho de um paraibano e de uma portuguesa, nascido e criado no Recife, Paulo Sales escreve sem amarras de gêneros textuais sobre detalhes da vida, dos costumes e dos comportamentos humanos no Agreste nordestino, observados principalmente durante a infância na fazenda do avô paterno na Paraíba. “Eu me considero um observador compulsivo, tudo, absolutamente tudo que fugir ao que é comumente esperado, ou que extrapolar aos padrões normais tende a me chamar a atenção. Na arquitetura, na moda, na estética, no comportamento das pessoas, na natureza e por aí vai”, afirma Sales.

 

Normalmente através de uma fina ironia, o humor da prosa de Paulo pode ser percebida em contos como O trocadilho homicida, O Papa-angu ou Morte e vida do “honradíssimo” Jacinto. Também é uma marca o tom onírico, que leva as situações do real ao imaginário, através da extrapolação dos detalhes e de momentos, como em A seita do alto, A menina Zumira e outros textos. As crônicas estão repletas de referências a escritores e artistas que o autor admira. Entre as preferências literárias, ele aponta Luiz Fernando Veríssimo, Monteiro Lobato e Ernest Hemingway como grandes inspirações, além do interesse pelos devaneios presentes em Dom Quixote e pelos simbolismos das obras de Ariano Suassuna.

 

Talvez pelo pragmatismo da mente de engenheiro, o autor revela sempre ter sido mais ligado a contos do que romances, por sua capacidade de contar boas histórias em espaços menores. Paulo, porém, revela ainda escrever mais para si do que qualquer outra coisa. “Não tenho grandes pretensões enquanto escritor ou enquanto fotógrafo amador, mas cultuo o desejo de ser capaz de despertar bons sentimentos naqueles que porventura venham a ter contato com os meus contos ou com as minhas fotografias. E o que mais importa: mexer com a escrita e a fotografia me faz uma pessoa mais feliz”.

 

Venda online ou na loja Dona Santa

Preço: média de R$ 56