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LITERATURA

Projeto idealizado por recifenses mapeia poetas mulheres do Norte e Nordeste

Publicado em: 09/06/2021 21:01 | Atualizado em: 09/06/2021 22:08

 (Foto: Reprodução/Mapa Brava)
Foto: Reprodução/Mapa Brava


Construir um arquivo da literatura contemporânea brasileira a partir do corpo de quem escreve. Esse é o pilar da plataforma Mapa Brava, lançada em maio pelas escritoras recifenses Gianni Gianni, Julya Vasconcelos e Priscilla Campos, que tem o intuito de mapear poetas mulheres cis e trans do Norte e Nordeste do país, dando visibilidade para as escritoras e suas obras. O projeto tem direção artística da designer e artista visual Isabella Alves.

Até o momento, já são mais de 100 poetas cadastradas, sendo 14 pernambucanas, e 500 poemas disponíveis em www.mapabrava.com.br. No site, também há chamada aberta até o próximo dia 21 para seguir preenchendo novas vagas e descortinando talentos de mulheres nascidas ou com vínculos afetivos, culturais e territoriais com as duas regiões.

 (Fotos: Divulgação)
Fotos: Divulgação


“O projeto pretende disseminar a escrita feminina e os territórios, que ainda são minoria em um mercado editorial majoritariamente ocupado por homens brancos do eixo Sul e Sudeste”, afirma Priscilla Campos, 30 anos, poeta, crítica literária e pesquisadora. “Não é sobre impacto, é sobre alcance. Nós acreditamos que não é só colocar um livro no mundo, queremos que as pessoas acessem, leiam, que chegue a outras pessoas, que seja usado para consulta, que sirva como registro. Queremos que o Brava seja um estopim, uma faísca para que as escritoras avancem para todos os cantos do Brasil.”

O nome foi escolhido por remeter à força do aplauso e à reverência a um trabalho artístico realizado por uma mulher. “Traz a bravura. É uma boa maneira de nos referirmos a esse grupo que está sendo mapeado", pontua Julya Vasconcelos, 36 anos, jornalista, poeta e curadora. "A Mapa Brava surgiu como um espaço de pesquisa, troca e divulgação de poetas mulheres. Achamos mais pertinente criar uma plataforma de mapeamento e depois estabelecermos o recorte de uma antologia”, continua Gianni Gianni, 29, escritora, jornalista e arteterapeuta em formação.

A Mapa Brava é um projeto vinculado à Edições Flecha, comandada por elas, com foco em poesia e outros gêneros breves, que tem os primeiros livros previstos para agosto. “Para o lançamento do site, nós convidamos algumas poetas que enviaram seus trabalhos. Porém, a partir de agora, a Mapa Brava funciona também por meio de chamada aberta. Essa chamada abrirá e fechará de tempos em tempos, pois somos uma equipe pequena e nos dedicamos a outras atividades”, explica Gianni.

Os materiais enviados pelas escritoras passam por uma seleção através de questionário e, em seguida, uma edição das obras, para então integrar o Mapa. “Recebemos os materiais das escritoras via formulário disponibilizado no site, realizamos uma análise curatorial, selecionamos uma quantidade média de três poemas por artista, fazemos uma pequena edição nas informações gerais para padronizar e agregamos à plataforma”, explica Gianni.
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