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ANIMAÇÃO

Duas animações brasileiras competem no festival francês de Annecy

Publicado em: 04/06/2021 09:51

Cena de 'Meu tio José', quarto filme nacional e primeiro baiano a participar do prestigiado festival (Foto: Maria Luiza Barros/Divulgação)
Cena de 'Meu tio José', quarto filme nacional e primeiro baiano a participar do prestigiado festival (Foto: Maria Luiza Barros/Divulgação)
A partir do dia 14, os brasileiros podem começar a torcida por dois longas selecionados para o festival de Annecy, na França, maior vitrine das produções de animação: competem Bob Cuspe — Nós não gostamos de gente (de César Cabral) e Meu tio José, assinado por Ducca Rios, que, pela primeira vez, coloca criação baiana em destaque no evento. “O Brasil tem presença marcante em Annecy, desde Uma história de amor e fúria. Seremos a quarta produção 100% brasileira a participar da mostra competitiva”, ressalta o diretor Ducca.
 
Criação mítica de Angeli, o “punk da periferia” Bob Cuspe é a estrela do filme, feito em stop-motion — técnica em que a filmagem é captada quadro a quadro e, no caso dessa produção, com bonecos de massinha. A animação conta histórias anárquicas e irreverentes da revista Chiclete com Banana, dos anos 1980.
 
O diretor de Meu tio José destaca a evolução das animações brasileiras. “Isso (a indicação) é muito importante para que o governo e a comunidade cinematográfica entendam que precisam abrir os olhos para o segmento que tem rendido prêmios importantes. O último filme brasileiro aceito dentro da competição do Oscar foi O menino e o mundo, animação e obra nacional que mais colecionou prêmios ao redor do mundo”, demarca Ducca.
 
Vista como prêmio e mudança de paradigma, a seleção de Meu tio José para Annecy reflete a admiração de Ducca pelo referencial do ilustre baiano Glauber Rocha. “É uma referência, em termos de posicionamento político, no sentido da busca pela independência de um cinema efetivamente nacional, livre de padrões. Vejo o Cinema Novo como cinema renovado, com inovação, integrando presente e futuro”, destaca.
 
A animação autobiográfica, mas com narrativa ficcional, traz subjetividade à relação do cineasta com o tio (José Sebastião de Moura, personagem que ganhou a voz de Wagner Moura), morto, em fato histórico real, como integrante do grupo de esquerda Dissidência da Guanabara. “Houve a busca para construir algo que possa ser uma resposta ao que me intrigava: meu tio morreu e o crime ficou sem solução”, explica.
 
Ducca adianta o próximo projeto: o longa Revoada, remake em animação sobre o cangaço, mas com uma escapada para um universo futurista retrô, diz o cineasta. Será uma fantasia bem distópica, afirma.
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