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CINEMA

Coletivo pernambucano explora o lúdico no festival de cinema experimental Cuir

Publicado em: 17/06/2021 10:00

 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação


A vontade de propor uma nova face à produção de filmes independentes no estado motivou o coletivo pernambucano Surto & Deslumbramento a apresentar um cinema ligado ao artifício, ao deboche e ao lúdico. A estética percorrida na obra do grupo está presente na programação da Cuir - Filme e Experimento - América Latina, evento gratuito que acontece até o domingo, no YouTube.


O coletivo participa nesta quinta-feira (17), às 19h, do ciclo de conversa Queer, expansões criativas e as vizinhanças do cinema, ao lado do coletivo Anarca Filmes, para discutir sobre os processos artísticos em torno de dissidência, experiência e crítica, a abordagem criativa de imagens, a cinefilia e o cinema de forma geral.

A grade do festival conta com uma seleção de 42 obras dos diferentes circuitos do cinema independente e das artes visuais que retratam experiências de sexualidade e gênero. Os títulos são assinados por mais de 30 artistas do Brasil e outros seis países da América Latina (Chile, México, Colômbia, Argentina, Cuba e Uruguai) e estão organizados em dez programas, sendo exibidos nas versões em português e espanhol.

O grupo Surto & Deslumbramento exibe os curtas Cadê meu #2 - O sonho de ouro, com direção do coletivo, e MAMA, dirigido por André Antônio, além de O nascimento de Helena, de Rodrigo Almeida - que, no coletivo, esteve à frente dos filmes Casa Forte e Como era gostoso meu cafuçu. A curadoria foi construída a partir da pesquisa de Luís Fernando Moura, que já vem acontecendo em seu projeto Fuga.

O sonho de ouro integra a série Cadê meu Dorflex, desenvolvida a partir do acervo do grupo, como cenas cortadas e registros de bastidores não utilizados. “Eu reuni as sobras de imagens gravadas anteriormente por nós no primeiro curta do coletivo (MAMA, de 2012) com imagens feitas de forma espontânea, sem nenhuma finalidade, no Rio de Janeiro, quando morei lá em 2013”, conta André Antônio.

O curta cria uma conexão entre os amigos que mantém no Recife e no Rio. “Eu selecionei as imagens porque elas, de certa forma, me passaram essa doçura que a amizade entre pessoas daquela idade pode ter. E é guiado por um sentimento de nostalgia que eu estava tendo por aqueles momentos, aquelas pessoas, aqueles lugares”, completa.

A participação no Cuir marca a estreia de O nascimento de Helena. “O filme foi finalizado há pouquíssimo tempo e continua explorando a verve ácida que já existia nos filmes anteriores de Rodrigo. O protagonista tem um sonho singelo: o de destruir uma família”, adianta André.

Para o diretor, a participação no festival é ainda mais importante dentro do atual contexto. “A pandemia tem sido uma situação paralisadora, desconfortável, triste e tensa. Não sei se poderíamos falar em ‘ganhos’, mas acho que o que acabei fazendo foi concretizar um filme mesmo a partir de restrições bem severas”, diz.


Neste período, André conseguiu realizar, com uma equipe micro, um média-metragem chamado Vênus de Nyke, recém-finalizado. “Era um argumento que eu tinha envolvendo sexualidade masoquista, e me propus um desafio: será que consigo ‘baratear’ esse argumento para filmá-lo com uma equipe muito pequena em uma só locação? Repensamos personagens e locações, e conseguimos. Sinto que isso trouxe um amadurecimento que poderá ser carregado para os próximos projetos, num contexto pós-pandemia, assim tenho esperança”, reflete o diretor.

COLETIVO
Formado por André, Chico Lacerda, Fábio Ramalho e Rodrigo Almeida, o coletivo Surto & Deslumbramento foi criado em 2012, com o lançamento de MAMA, guiado pelo desejo de propor um cinema lúdico.

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