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Pernambucano França Bonzaion lança exposição virtual de obras feitas com o corpo

Publicado em: 26/02/2021 09:22

O flerte com o abstrato e a pintura representa uma virada na trajetória do artista visual (Foto: Natali Paiva/Divulgação)
O flerte com o abstrato e a pintura representa uma virada na trajetória do artista visual (Foto: Natali Paiva/Divulgação)


Imprimir as próprias partes do corpo numa tela em branco e em seguida transformar as marcas em novas imagens. A proposta do artista pernambucano França Bonzaion para a sua terceira exposição busca unir a experimentação com ferramentas convencionais. A mostra intitulada Impressão Corporal está disponível a partir desta sexta-feira (27), com telas expostas em uma galeria virtual. O site para conferir será disponibilizado no perfil do Instagram do artista @francabonzaion a partir das 16h. O trabalho conta com incentivo da Lei Aldir Blanc e apoio do espaço CEÇA, na Boa Vista, que recebe fisicamente as obras da exposição e está disponível para visitação durante o mês de março.


Para explorar novas dinâmicas de criação, Bonzaion viu em seus antebraços, mãos, pés, joelhos, costas e panturrilhas uma possibilidade de imprimir movimentos e apostar em uma pós-produção com formas e texturas preenchidas por pincéis e palitos, distanciando da imagens formadas pelo corpo. "A série surgiu de uma pesquisa que iniciei em 2015 de imprimir partes do meu corpo em telas. São dois movimentos: o de impressão e depois o de intervenção nas imagens com as ferramentas que já utilizo. Começou com imagens nítidas que vão se transformando depois em outras imagens, em um passeio pelo abstrato", explica o artista visual França Bonzaion.

As obras se aproximam de elementos da natureza, como florestas e corais. De acordo com ele, todo o processo foi analógico. "Eu usei o princípio básico da impressão. Foi tudo analógico. Eu pintava minhas mãos, carimbava sobre as telas, o mesmo com o joelho, com a panturrilha, com os pés. Minha intenção era usar o corpo como ferramenta, não me preocupei em retratar fielmente o corpo. Queria experimentar. E dependendo do movimento que você imprime essas partes você vai conseguindo imagens diferentes", destaca o artista.

Esta é a primeira exibição de uma série não finalizada. "Tem partes do corpo que ainda não imprimi, mas pretendo. Para mim, é como uma entrada na pintura. Uma pintura com corpo, com gestos mais fortes, com movimentos mais amplos e macro, diferente de tudo que já tinha feito", explica França.

O flerte com o abstrato e a pintura representa uma virada na trajetória de Bonzaion, que nos últimos trabalhos apostava em uma criação a partir de desenho mais figurativos de motricidade fina, presentes nas mostras anteriores Criaturas de Muzak e Meditação: Narrativas do Inconsciente. "Se desligar de um conceito para se ligar a um outro é difícil. Até o meu outro trabalho, foi tudo em torno do desenho, era movimento micro, então essa exposição estreia uma intervenção mais macro enquanto artista", detalha.

A exposição estreia também o formato de exibição em galeria virtual, que considera uma contribuição positiva para seu processo artístico. "Eu tento ter a clareza de distanciar o real do virtual, mas não é um espaço desconhecido para mim. O meu público chega a mim através do Instagram. É uma interação através de uma imagem, de uma tela, que eu já vivia antes da pandemia e é um padrão de relação contemporâneo para outras distâncias. Hoje todo artista visual tem que considerar esse espaço virtual", ressalta.

O contexto de pandemia também revelou para ele um momento produção mais intensa. "Foi um momento difícil, de confinamento, mas eu fui muito feliz em termos de criação. Aproveitei o momento para produzir, foi muito bom. Como eu estava obrigatoriamente dentro da galeria, consegui fechar contratos, iniciar trabalhos e finalizar outros", confessa.

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