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MÚSICA

Estesia regrava clássico de Geraldo Azevedo para cantar a ausência do carnaval

Publicado em: 15/01/2021 14:44 | Atualizado em: 15/01/2021 14:48

Estesia em show e capa do single, por Luara Olivia (direita) (Foto: Felipe Schuler e Luara Olivia/Divulgação)
Estesia em show e capa do single, por Luara Olivia (direita) (Foto: Felipe Schuler e Luara Olivia/Divulgação)


A ausência dos festejos de carnaval em 2021, pelo menos em seu período tradicional, certamente renderá novos registros no meio artístico brasileiro e pernambucano. A canção, linguagem fundamental para a festa e capaz de eternizar lembranças, será significativa nesse sentido. Hoje, o grupo pernambucano Estesia lança nas plataformas de streaming o single Quando fevereiro chegar, uma regravação da famosa composição de Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, para cantar o vazio deixado pela suspensão. Compartilhando vocais com a cantora paulista Nina Oliveira, que recentemente apareceu no documentário AmarElo (Netflix), de Emicida, a música ganhou toques contemporâneos de beats e sintetizadores.

Às 17h de hoje, o grupo inicia uma live com Nina, transmitida diretamente do Recife Antigo, no Instagram (@estesiaestesia). Pela noite, eles embarcam no Rio Capibaribe para realizar intervenções com projeção de luzes e lasers nas pontes e moradias. Além da música, a iluminação também faz parte da pesquisa do projeto, criado em 2016 por Carlos Filho, Cleison Ramos, Miguel Mendes e Tom BC.

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Carlos Filho, vocalista, explica como surgiu a ideia para a regravação da canção de Geraldo, artista que completou 76 anos na última segunda-feira. “Há um ano, estávamos iniciando uma temporada de shows no Recife. Durante a montagem, tomados por um clima de prévia, alguém estava cantarolando a melodia. Durante a passagem de som, tocamos meio que brincando. Mesmo sem ter pensando em arranjos, nem nada, também tocamos no show, e a resposta do público fez muito sentido. Essa é uma música muito atual e que mexe com as pessoas, mostrando o que fevereiro simboliza.”

O registro de Quando fevereiro chegar, em 2020, foi encontrado numa reorganização de arquivos, dando a ideia da gravação em estúdio. “Não queríamos deixá-la com um caráter de tristeza, mas sim provocar as pessoas a pensarem e rebuscar esse sentimento que o carnaval simboliza, mesmo sem ir às ruas”, diz Carlos. A sonoridade da canção, contemporânea e jovem, dialoga com o que o Estesia tem feito nos últimos quatro anos.

Carlos Filho e Nina Rodrigues assumem os vocais da canção (Foto: Deborah Barros)
Carlos Filho e Nina Rodrigues assumem os vocais da canção (Foto: Deborah Barros)

“Tentamos entender como é possível ter um diálogo entre a tradição popular da nossa terra com uma música urbana e eletrônica feita hoje no mundo. Já conseguimos sentir a resposta, criando o lugar de quem conhece a música. Um público muito jovem se conecta por ser uma música eletrônica”, diz Filho. “Assim, Quando fevereiro chegar não deixa de ser uma canção tradicional nossa. A original tem caráter de contemplação, seja na letra ou no texto, e dessa vez damos um movimento de festividade que o carnaval tem.”

Esse diálogo entre tradição e tecnologia é, de fato, um alvo constante das produções dos integrantes do Estesia. Em setembro de 2019, Miguel Mendes e Tomás Brandão promoveram o curso gratuito Computadores fazem arte: Curso de ferramentas digitais para o músico popular. Há um ano, o Estesia lançou um EP chamado Estudando o brega, que trazia essa linguagem para o ritmo. Para 2021, os pernambucanos pretendem lançar singles, inclusive um na semana do carnaval, e pensam em projetos para comemorar os cinco anos do grupo.

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