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Centro Cultural Cais do Sertão, no Bairro do Recife (Foto: Divulgação) |
Diversos equipamentos culturais do país abrem as portas nesta segunda-feira (18) para celebrar o Dia Internacional dos Museus. Mas só as portas virtuais, claro. Em tempos de pandemia e isolamento social, com a impossibilidade da presença física, a maneira encontrada para montar a 18ª Semana Nacional de Museus foi através de oficinas, debates, palestras, recitais de poesias, contação de histórias, apresentações musicais e outras atividades na internet, com transmissão e interação via redes sociais ou YouTube. Esta segunda também é um dia marcante para a cultura pernambucana: o suntuoso e histórico Teatro de Santa Isabel comemora 170 anos.
Com o tema Museus para a igualdade: Diversidade e inclusão, a semana coordenada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) tem programação gratuita e abrangente até domingo. Entre os museus pernambucanos que integram a grade nacional estão o Museu Homem do Nordeste (Muhne) e o Engenho Massangana, vinculados à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o Museu Cais do Sertão, o Paço do Frevo e o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam).
Um dos destaques da programação da Fundaj é a seção Com a Palavra a Arte Popular, onde artesãos, mestres e artistas falarão sobre suas obras e como estão se adequando para manter a produção neste período de pandemia. "A gente reestruturou toda nossa proposta. A semana nos pede generosidade nas escolhas. O museu está indo na casa das pessoas e não sabemos quem aquela obra de arte vai receber, assim como os museus abarcam um público muito diverso", explica a coordenadora do Muhne, Edna Silva. "O virtual ajudou, mas nada substitui o contato. Vale dizer que os museus não estão fechados porque não são essenciais, mas porque as pessoas são."
Sobre a temática, Edna avalia como muito pertinente. "Todos esses conceitos se juntam a muitas dúvidas agora e, apesar de a inclusão ter se ampliado ainda mais, esses processos merecem um olhar generoso. E o popular para gente é alma da questão artística, porque envolve a beleza e o saber do dia a dia das pessoas. Chegou a hora de pensar em fazer um novo museu."
O futuro e a sobrevivência da nossa cultura, em constante mutação através dos museus, contemplam boa parte das pautas nas conferências virtuais do Museu Cais do Sertão. Nesta segunda-feira, o debate é pautado pelo tema “Desafios que permeiam as instituições de cultura”, com a doutora em comunicação Liliana Tavares. Outras questões como gestão, acessibilidade e sobrevivência pós-pandemia integram os debates.
O último dia da programação no Cais do Sertão conta com debate sobre a importância de Luiz Gonzaga para a música brasileira, com o cantor Josildo Sá e mediada pelo músico-educador Diogo do Monte.
OFICINAS
O Muhne oferecerá ainda sete oficinas, como as de confecção de bonecas abayomi, brinquedos populares como o bilboquê e o corropio, turbante, crochê e azulejaria. “A gente tem uma equipe diversa em expertise, então temos um pessoal que sempre pensa oficinas para o presencial, que precisaram ser remodeladas para o virtual. Todas elas voltadas para o universo dos saberes populares”, conclui Edna.
DESTAQUES
CAIS DO SERTÃO
Segunda-feira (18)
Desafios que permeiam as instituições de cultura, com a doutora em comunicação Liliana Tavares
Terça-feira (19)
As perspectivas da gestão de equipamentos culturais na pandemia e pós-pandemia, com a gerente do Cais, Maria Rosa Maia, e a mestra em antropologia Nicole Costa
Quarta-feira (20)
Governança em museus em tempos de pandemia e perspectivas, com a produtora Clarice Andrade e o doutor em antropologia Eduardo Sarmento
Quinta-feira (21)
A importância em analisar o papel do museólogo na conservação e preservação de acervos museológicos, com a museóloga Rosélia Andrade e a doutora em museologia e patrimônio Viviane Valença
Sexta-feira (22)
Luiz Gonzaga e a música brasileira, com o cantor Josildo Sá e o músico-educador Diogo do Monte
MAMAM
Segunda-feira: Abertura
Terça-feira: Oficina proposta pelo Educativo Mamam
Quarta-feira: #MuseuAção, ação conjunta entre os museus da cidade
Quinta-feira: Indicação de leitura sobre a arte
Sexta-feira: Encerramento
MUHNE E ENGENHO MASSANGANA
Segunda-feira (18)
8h: Abertura
9h30 às 15h: Debates
15h: Oficina Confecção de bonecas abayomi
16h: Com a palavra a arte popular, com Mestre Nado
Terça-feira (19)
8h: Live sobre os cuidados com a preservação do acervo
10h: Oficina de brinquedos populares bilboquê
15h: Oficina de “turbante”
16h: Com a palavra a arte popular, com Mestre Saúba
Quarta-feira (20)
8h: Debates
10h: Oficina de brinquedos populares “corropio”
14h: “Com a palavra a arte popular”, com a artesã Léia Gomes
Quinta-feira (21)
8h: Debate sobre “A solidão do Muhne neste período de isolamento social”
10h: Oficina Museu ponto a ponto – crochê
14h: Educativo indica! Filmes Pernambucanos que dialogam com a temática da SMN
16h: Com a palavra a arte popular, com o artesão Enersom Silva
Sexta-feira (22)
8h: Leitura de trecho do capítulo do livro Minha Formação, de Joaquim Nabuco
9h: Projeto Muhne 360º, um passeio virtual guiado pelo Muhne e Engenho Massangana
14h: Live com Risomildo Guedes da Silva, o guardião do acervo do Muhne
15h: Oficina Crie seu acervo: Reprodução de peça do Muhne
16h: Com a palavra a arte popular, com Mestra Nice
Sábado (23)
8h: Live Quem faz o Muhne?
10h: Oficina Impressão sobre papéis (azulejaria)
14h: Contação de História: Como nasceram as estrelas, conto de Clarice Lispector, interpretado por Élida Nathália
16h: Com a palavra a arte popular, com Fausto Ribeiro Sobral
Domingo (24)
9h: Recitais de poesias pelo Educativo do Muhne
14h: Debate sobre acessibilidade
15h: Com a palavra a arte popular, com Diego Gomes
Serviço
18ª semana Nacional de Museus
Quando: desta segunda-feira (18) a domingo (24)
Onde acessar: Fundaj (www.fundaj.gov.br e no canal do YouTube), Muhne (@museudohomemdonordeste), Mamam (@mamamrecife), Cais do Sertão (@caisdosertao) e Paço do Frevo (@pacodofrevo)