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| 77 contemplados comunicam as poesias através da da Língua Brasileira de Sinais (Libras) (Foto: Arquivo DP) |
O Itaú Cultural divulgou, nesta sexta-feira (29), os contemplados para o edital Poesia Surda, voltado exclusivamente para poetas surdos ou com deficiência auditiva. A seleção faz parte da série Arte como respiro: múltiplos editais de emergência, que tem lançado vários editais para artistas. São 11 pernambucanos entre os 100 contemplados - 77 em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e 23 em Visual Vernacular, um recurso artístico e poético próprio das línguas de sinais, também conhecido no Brasil como Libras 3D.
Os autores receberão, cada um, o valor bruto de R$ 2,5 mil. Fica a cargo do Itaú Cultural a sua forma de exibição, podendo chegar ao público por meio da grade de programação virtual da organização, pelas redes sociais ou, ainda, pelos canais e mídias dos próprios artistas.
Valéria Toloi, gerente do Núcleo de Educação e Relacionamento do Itaú Cultural, destaca a diversidade de temas dos poemas recebidos e sua origem foram considerados no processo de seleção dos trabalhos recebidos no edital Poesia Surda. “Recebemos poesias potentes de todo o Brasil, e pudemos contemplar nessa seleção todas as regiões do país”, comemora. Os resultados também possibilitam ao Itaú Cultural efetuar um mapeamento dessa produção cultural e de quem e o que está sendo produzindo no universo desta linguagem literária.
Além de Pernambuco, outros 16 estados foram contemplados: Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Os temas são variados abordando a atualidade vivida no contexto de coronavírus, o empoderamento feminino, empoderamento surdo, identidade, liberdade de expressão, diversidade de corpos, entre outros.
Na instituição, o processo para pensar projetos voltados a deficientes auditivos começou em 2012 com a contratação de um educador surdo e a oferta de videoguias nas exposições. Antes da pandemia, além dos espetáculos, palestras e debates (presenciais e transmitidos pela internet) contarem com interpretação em Libras, todas as exposições apresentavam mecanismos de inclusão, como audiodescrição, audiovisuais em Libras, piso e objetos táteis. Neste período de isolamento, os instrumentos acessíveis acompanham a organização em sua programação e conteúdos 100% digitais. Também estão sendo repensados os protocolos e meios para retomar as medidas adotadas nas atividades presenciais.
"Acredito que este seja o primeiro edital neste modelo, voltado para a produção poética de pessoas surdas ou com deficiência auditiva e ficamos muito satisfeitos com o resultado”, diz Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural. “Este chamamento é mais um passo em nossa política de acessibilidade, que iniciamos há oito anos tendo como foco o protagonismo das pessoas com algum tipo de deficiência”, completa.
A série de Arte como respiro: múltiplos editais de emergência foi iniciada nos primeiros dias de abril, com o fomento para artes cênicas, seguido de música, artes visuais, literatura e agora poesia surda. O projeto busca acolher e apoiar os artistas sujeitos a atuar isoladamente durante o período de suspensão social em decorrência da pandemia do Covid-19. A organização prevê, ainda, contemplar outras áreas de expressão artística, que estão sendo definidas.
Confira os pernambucanos contemplados:
Alan Henrique Godinho Durand
Cristiano José Monteiro
Darlene Seabra de Lira
Jonathan Alves de Oliveira
Leoncio de Albuquerque Oliveira
Letícia Lima do Nascimento
Luana Albuquerque Corrêa dos Santos
Lucas Sousa da Cruz
Maria Júlia Fernandes de Souza
Rebbekka Santos de Souza
Yanna Bárbara de Souza Porcino
