A cantora, compositora e atriz pernambucana Clarice Falcão lançou na última semana um hipnótico e performático clipe para a faixa Só+6. Realizado pelo Teatro da Pombagira e dirigido por Marcelo d'Ávila, o vídeo aborda as ansiedades e obsessões como marcos de reconstruções e destruições emocionais. A canção está disponível nas plataformas de música e no canal da artista no YouTube.
No vídeo com tons de instalação e vídeo-arte, Clarice se divide em uma representação visual dos excessos e limites ultrapassados em contrapartida ao expurgo, destruindo memórias e objetos quase que como num ritual. "A música é pesada, fala sobre não querer acabar a festa por ter medo de ficar sozinho e com isso passar do limite", conta a artista. "O clipe fala disso de um modo lúdico, poético e com todo um contexto de destruição e reconstrução".
"Quando eu quebrei a primeira coisa, foi a melhor sensação da minha vida", continua. "Eu podia gravar outro clipe ali logo depois e quis quebrar tudo. No dia seguinte estava dolorida mas valeu a pena". Só 6 faz parte do álbum Tem Conserto (2019), em que Clarice mostrou uma faceta mais densa e dançante, com produção de Lucas de Paiva. A cantora debate questões profundas e pessoas, ao mesmo tem em que celebra liberdades.
Histórico
Clarice Falcão começou sua carreira musical em 2012 com um EP auto-intitulado. Com quatro canções cheias de humor em formato indie folk, o trabalho foi o ponto inicial para a construção de Monomania, debut lançado no ano seguinte. O álbum levou Falcão a ser indicada ao Grammy Latino de Artista Revelação.
Já o eclético Problema Meu (2016) trouxe uma compositora amadurecida. O disco falava sobre liberdade, empoderamento, feminismo e um olhar livre sobre o amor, bem diferente do seu trabalho de estreia. Deixando o indie folk de lado, o álbum produzido por Kassin passeou do carimbó ao synthpop.
