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Expoentes do rock brasileiro se apresentam em festival no Recife

Publicado em: 02/08/2019 08:06

O festival foi criado em Curitiba e chega pela primeira vez ao Nordeste. Foto: Lening Abdala/Divulgação
Durante os anos 1980, enquanto o Brasil passava por um momento de abertura política, o rock serviu como bandeira existencial e um espaço fértil para os jovens manifestarem suas indignações. O Festival Prime Rock Brasil chega ao Recife com um line up, em sua maioria, formado por expoentes dessa geração, conhecida como BRock. O evento será realizado sábado (3), no Classic Hall, em Olinda, a partir das 16h. Com mais de nove horas de duração, o line-up terá Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Biquini Cavadão, Jota Quest e o cantor Humberto Gessinger. 
 
Com 34 anos de estrada, o Biquini Cavadão apresenta repertório com clássicos e novos trabalhos, num show em homenagem a Herbert Vianna, vocalista do Paralamas. Antes de subir ao palco do Prime Rock, Bruno Gouveia, vocalista do grupo, realiza o lançamento de sua autobiografia, É impossível esquecer o que vivi, com sessão de autógrafos, também no sábado, às 13h, na Saraiva do RioMar Shopping. Em entrevista ao Viver, Bruno conta que o livro surgiu apenas como um rascunho que seria passado para um biógrafo, porém o gosto e a velocidade da escrita tornaram o projeto em autobiografia.
 
Além do livro narrar casos de um dos epicentros culturais na história da cultura brasileira e do rock, Bruno fala sobre situações delicadas de sua vida pessoal, como o acidente aéreo que matou sua ex-mulher Fernanda Kfuri, de 35 anos, e o filho deles, Gabriel Kfuri Gouveia, de 2 anos. “Foi um capítulo difícil de escrever. Mas vi no texto uma esperança de mostrar para as pessoas que também viveram uma perda como a minha. Mostrar que há solução e a vida tem que continuar. Fiquei muito dividido entre fazer um relato com todos detalhes possíveis ou tudo vindo da minha memória. No fim, fiquei com a segunda opção”, conta. 
 
Uma das características da geração rockeira do Brasil nos anos 1980 era o engajamento político. Tanto o público, quanto os artistas, em sua maioria, viveram os anos de chumbo e a redemocratização. Por mais que o teor em suas letras fosse, de certa forma, genérico, o consenso era de que aspiravam liberdade, justiça e democracia. “Naquela época, diferentemente de hoje, tínhamos um inimigo em comum. Uma população inteira que passou por um governo militar. Hoje, temos um país dividido, onde seu posicionamento político não é bem aceito por uma metade da população. Nenhum lado é capaz de admitir os seus erros, quanto mais elogiar os acertos alheios. Esse é o grande problema”, explica Bruno.
 
Perguntado sobre o tom político nas letras de suas músicas, o vocalista do Biquíni explica a questão do caráter interpretativo abrangente. “Muitas pessoas veem Zé Ninguém como uma música política. Eu prefiro dizer que é uma música de cunho social. Ela foi usada nas passeatas contra o Collor, mas também nas contra a Dilma. Ela se molda. Não é uma música com posicionamento, só fazemos apologia ao homem comum. O mesmo com Janaína.”
 
Contemporâneo ao Biquíni Cavadão, Humberto Gessinger traz ao Classic Hall as canções desde a época do grupo Engenheiros do Hawaii. Já os Paralamas apresentam os destaques dos mais de 30 anos de carreira, em uma seleção dos maiores hits de toda a discografia, como Lanterna dos afogados e Aonde quer que eu vá, junto às canções do álbum mais recente, Sinais do sim (2017). Outro nome de peso do rock nacional, Capital Inicial trará músicas como À sua maneira e Primeiros erros, em um repertório que contempla também releituras de clássicos do rock internacional. 
 
Mais jovens entre as atrações, mas ainda assim veteranos em shows para grandes públicos, o grupo Jota Quest baseia sua apresentação em versões acústicas de grandes sucessos, com novos arranjos. A banda dos anos 1990 relembra a caminhada de 22 anos com um repertório marcado por canções como Dias melhores, Só hoje e Do seu lado.
 
SERVIÇO 
Prime Rock Brasil 2019 
Atrações: Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Biquíni Cavadão, Jota Quest e Humberto Gessinger 
Quando: Sábado (3), às 16h 
Onde: Classic Hall (Avenida Agamenon Magalhães, s/n, Salgadinho, Olinda) 
Quanto: R$ 180 (Arena), R$ 90 (Arena - meia), R$ 360 (VIP), R$ 180 (VIP meia)
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