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Música

Após shows na Europa, Johnny Hooker encerra turnê Coração em festa no Recife

Publicado em: 16/08/2019 17:27

Foto: Divulgação
A encruzilhada retratada por Johnny Hooker no álbum Coração, lançado em 2017, emergiu como uma postura de resistência, em consequência ao cenário polarizado do Brasil após o impeachment da presidente Dilma, que deu início a uma instabilidade política no país. Preenchido por diferentes expressões rítmicas brasileiras, como samba, brega, frevo e axé, o disco circulou em mais de 60 apresentações pelo Brasil, Espanha e Alemanha, incluindo a parada LGBT de Lisboa, capital portuguesa.

O encerramento da turnê será neste sábado, às 20h, na festa de sete anos da Odara Ôdesce. O evento acontece na Cachaçaria Carvalheira e terá ainda as DJs Allana Marques e Lala K, com o tradicional repertório de clássicos da música brasileira.

"Recife é meu ponto de partida. Aonde quer que eu vá, carrego essa intensidade do pernambucano, da cultura, da boemia, das paixões e da música. Depois de tantas conquistas positivas com o Coração, eu quis terminar essa história aqui", revela Johnny, em entrevista ao Viver. Com Coração, o artista conquistou a indicação a Melhor Álbum na categoria Canção Popular, no Prêmio da Música Brasileira 2018.

No palco, Flutua, Corpo fechado e Caetano Veloso são algumas das faixas garantidas. Coração revelou um Hooker mais alegre e dançante, diferente da imagem sombria e amargurada ecoada no Eu vou fazer uma macumba para te amarrar, maldito! (2015), seu primeiro álbum. “O Macumba é conceitual narra histórias sombrias de amores e desejos vividos no Recife. Fala muito sobre os anos que morei na cidade e o meu processo de amadurecimento”, conta Hooker.

As histórias de amor e resistência, temáticas tão presentes nas obras do artista, parecem relatos pessoais pela intensidade e ritmo empregados. Mas, de acordo com ele, as músicas não são biográficas. "Apesar de ter muito de mim, as histórias que os discos contam não são minhas, são criações a partir de vivências minhas, dos meus amigos, da vitória do amor no meio da repressão. E, nessa mistura, é tudo ficção", explica.

Voltando ao ponto de partida, Johnny lançou, na semana passada, o primeiro single do novo álbum. Escolheu a pessoa errada para humilhar é a faixa mais pop do disco, que traz de volta o conceito e a escuridão presente no Macumba, além de mergulhar na memória afetiva do cantor.
"Queria me aproximar do forró, trazer um pouco da vivência dos meus avós, que são do interior do Nordeste. Se for pra fazer música, quero sempre fazer diferente. Será um álbum debochado, dançante, com muita sanfona, zabumba e triângulo. Tudo isso inspirado em um livro, mas não posso falar mais nada", faz segredo.

À medida em que o novo disco se aproxima do Macumba (2015), ele se distancia do Coração (2017). "Não queria um outro disco sobre política, a população está adoecendo mentalmente. Então, agora é necessário falar da gente, do reencontro com autoamor. Estamos vivendo um período de muito desgaste, e a palavra de ódio foi autorizada quando o maior poder do Brasil, o presidente, deu a permissão", reflete.

A decisão do cantor está relacionada aos jovens, seu público-alvo. "Eu queria falar com a minha geração e com os mais novos, como uma responsabilidade de tratar das questões sociais, de representar as minorias e de passar mensagens de empatia. Escolheu a pessoa errada para humilhar é sobre isso, porque falar das pessoas com amor é resistir contra autoritarismo e opressão, e tudo isso na pista, com um forrozão", completa.

SERVIÇO
Encerramento da turnê Coração - Johnny Hooker na Odara Ôdesce
Quando: sábado (17), às 22h
Onde: Cachaçaria Carvalheira (Av. Sul Gov. Cid Sampaio, 4921, Imbiribeira) 
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