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Música

FIG 2019: Com show regular, Maria Rita encerra mais uma edição de sucesso

Publicado em: 28/07/2019 14:21

Maria Rita encerrou a programação de 10 dias. Foto: Felipe Souto Maior / Secult PE
A 29ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns chegou ao fim na madrugada deste domingo (28), em uma noite clássica do evento, com frio e garoa. A missão de encerrar os dez dias de programação ficou com a paulista Maria Rita, que apostou em um repertório inteiro de samba - e também quase totalmente autoral, com faixas como Reza, Saudade Louca e Alto Lá. O pernambucano Maciel Salú, a banda recifense Mundo Livro S.A e a baiana Marienne de Castro também estiveram no Palco Dominguinhos, que estava lotado. Ao todo, a organização estima que em torno de 600 mil pessoas circularam pela cidade durante os 10 dias.

Apesar da expectativa, a noite de encerramento foi "morna" - quando comparada com a do samba, na sexta-feira (26), ou a do brega, na segunda (22), por exemplo. Os intérpretes realizaram shows satisfatórios, mas sem muitas surpresas - alguns tiveram de lidar com problemas técnicos no microfone, como Fred 04, vocalista da Mundo Livre, e a própria Maria Rita. Maciel Salú apresentou o show de seu álbum mais recente, intitulado Liberdade (2018). Com forte tom político e social, o projeto tem estilo mais contemporâneo, desenvolvido com auxílio de cordas e pedais de guitarra, inovando o repertório e se aproximando de ouvintes mais distantes da música chamada de regional. 

Maciel Salú. Foto: Fernando Figueirôa/FUNDARPE
"É uma honra estar aqui, e trazer um pouco do meu trabalho meu disco novo que também tem pop afrobeat, um rock pesado, junto com a Rabeca. Ele é baseado na minha história, de um mestre da cultura popular, um líder que fez pelo seu país em meio a uma política da desigualdade, do racismo, do preconceito", disse Maciel, em coletiva após o show.

A banda Mundo Livre S.A veio com o espetáculo de A Dança dos Não Famosos (2018), mas passeou por diversos sucesso da carreira, como Meu Esquema e Mexe Mexe. No backstage durante conversa com imprensa, o vocalista Fred 04 relembrou de Chico Sciense ao falar do legado de Jackson do Pandeiro, homenageado da edição do festival. "Quando assinamos com gravadoras do Sudeste, um diretor artístico disse para Chico: 'Eu vejo em você um pouco do Jackson do Pandeiro. O Brasil já sentia falta daquele sotaque nordestino de Jackson, algo que reverbera na identidade brasileiro até hoje".

Marienne de Castro e Lia de Itamaracá. Foto: Fernando Figueirôa/FUNDARPE
Marienne de Castro chegou no palco repleta de simbolismos de culturas afrobrasileiras, com esculturas e um espelho na mão. A autoral Pureza da Flor, A Deusa dos Orixás, de Clara Nunes, Homem Com H, de Ney Matogrosso, foram algumas faixas do repertório. O ápice foi quando a baiana recebeu no palco Lia de Itamaracá. Juntas, cantaram Minha Ciranda.

BALANÇO
A manhã do sábado (27), a coordenação do festival apresentou um balanço quantitativo de circulação de pessoas (pois os números de injeção econômica ainda não foram contabilizados), e também qualitativa. A média de lotação da Praça Dominguinhos e adjacências foi de 60 mil por noite, durante os dez dias de um dos maiores festivais de arte e cultura da América Latina. O público também pôde visitar circo, teatro, espetáculos de dança e cinema. A visitação também foi intensa na Casa Galeria Galpão, na Praça da Palavra, no Pavilhão do Artesanato e no Polo Gastronômico. 

Totalmente concebido e realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundarpe, em parceria com a Prefeitura de Garanhuns e apoio da Cepe Editora, Sesc e Sebrae, o FIG lançou neste ano uma ferramenta que permitirá que a gestão avalie seus impactos e promova melhorias para sua 30ª edição. A pesquisa foi uma parceria da Secult e Fundarpe com o App Colab, sendo necessário baixar o aplicativo e responder às questões.
 
Gilberto Freyre Neto, Isaías Régis e Marcelo Canuto. Foto: Fundarpe
 
"Tivemos um FIG exitoso, de excelente qualidade artística e técnica, e que queremos melhorar ainda mais para o próximo ano, quando o festival completa trinta edições. Para isso, lançamos essa novidade, uma pesquisa inédita que está sendo respondida pelos que viveram o FIG, promovida graças a parceria com o aplicativo Colab, um projeto piloto que vai nos auxiliar a aprimorar o evento nas próximas edições. Destaco ainda o Figuinho, uma programação especialmente montada para as crianças que são um público cativo e muito especial para o FIG; além da Plataforma FIG, que começou o contato com a América Latina, o que é um marco para o FIG. Quem sabe uma internacionalização, através de uma parceria?”, coloca Gilberto Freyre Neto, secretário de Cultura de Pernambuco.

“O FIG de 2019 foi o melhor dos últimos tempos. Alguns motivos nos levam a essa convicção. Entre eles podemos falar do maior investimento feito em mídia, que gerou um conhecimento maior da população do que acontece em Garanhuns nesses dez dias de festival. O próprio público, incluindo os artistas contratados, reconheceu a qualidade artísticas das atrações selecionadas lotando todos os polos de atração, a rede hoteleira e as ruas, com restaurantes cheios e forte movimento do comércio. Tivemos ainda uma ampla cobertura da imprensa, inclusive a nacional, o que no final resultou no FIG alegre, de paz e celebração”, destacou o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.
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