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Produto sustentável dispensa uso do plástico em tatuagens

Publicado em: 25/05/2022 18:53

 (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal
A preocupação imediata com a sustentabilidade do planeta deveria fazer parte das ações do dia a dia de todos, seja onde for, em qualquer área de atuação ou idade, um comprometimento com o presente e o futuro da humanidade. O mundo da tatuagem e sua cultura não ficariam de fora. Toda atitude é bem-vinda. Um produto sustentável que dispensa uso de plástico filme na tatuagem chegou ao mercado.

O No Plastic é um filme protetor sustentável para tatuagens aplicado à cosmetologia. Foi criado pela MBoah Tattoo para substituir a utilização do plástico-filme, além dos adesivos e curativos feitos de plástico, no processo final da tatuagem.

O produto é hidrossolúvel, biodegradável, ecológico, biocompatível e vegano, facilmente aplicável em qualquer área do corpo, com vários benefícios dermatológicos para hidratação, cicatrização e regeneração da pele após o procedimento. "O No Plastic nasceu da prioridade em desenvolver um produto 100% vegano, que realmente fizesse diferença nos processos e resultados das tatuagens, tornando-se referência pela qualidade e responsabilidade sustentável", explica a fundadora e diretora técnica da MBoah Tattoo, Mônica Boaventura.

Mônica Boaventura é farmacêutica bioquímica, especializada em cosmetologia, e destaca que a MBoah nunca foi favorável ao ao uso do plástico no pós-tattoo. "Primeiramente, porque é um produto que faz uma oclusão excessiva na pele, segura o exsudato no local, eleva a temperatura da região e favorece a proliferação de microrganismos, porque cria um meio favorável a isso. E segundo, e não menos importante, pela sustentabilidade, pois o uso de plásticos na tatuagem gera uma quantidade enorme de resíduos plásticos no ambiente."

"O ganho é para o meio ambiente, porque a geração de plásticos na tatuagem é grande. O tatuador, para proteger uma tatuagem pequena, enrola a área toda. Já o No Plastic é usado só sobre a área tatuada. Assim, reduzimos o consumo e a geração de resíduos plásticos, já que o resíduo gerado não é reciclável por ser contaminado com material biológico, então, ele tem que ser necessariamente lançado no ambiente<br>" - Mônica Boaventura, fundadora e diretora técnica da MBoah Tattoo

O produto tem uma película lavável, feita com um polímero hidrossolúvel e biodegradável, com a função de proteger a área da tatuagem logo após o procedimento. E, claro, pode substituir o uso do plástico filme, largamente utilizado pelos tatuadores.

A farmacêutica bioquímica destaca os ganhos, tanto para o tatuador como para os tatuados: "O ganho é principalmente para o meio ambiente, porque a geração de plásticos na tatuagem é muito grande. O tatuador, para proteger uma tatuagem pequena, enrola a área toda, pois não pode colocar apenas um pedaço de plástico porque ele sairia. O No Plastic é usado somente sobre a área da tatuagem. Então, a gente pode reduzir muito o consumo e a geração de resíduos plásticos. Esse resíduo, gerado na tatuagem não é reciclável por ser contaminado com material biológico, então, ele tem que ser necessariamente lançado no ambiente."

Mônica Boaventura enfatiza que "o que é inédito no No Plastic não é o tipo de formulação, pois esses filmes que utilizam o mesmo polímero do No Plastic já são usados há muito tempo na cosmetologia e na cosmiatria, com finalidade de tratamento e estética. A novidade é sua aplicabilidade como proteção à pele recém-tatuada e a presença de ativos benéficos à pele no pós-tatuagem - agentes de ação calmante, anti-inflamatória e reepitelizante, que não são veiculados pelo plástico-filme até então utilizado".

Com especialização em cosmetologia, ela acrescenta que para a cicatrização e a regeneração "indicamos o aftercare, uma fórmula especialmente criada para a fase de cicatrização da tatuagem, que pode durar de duas a quatro semanas."

Mercado da tatuagem cresce exponecialmente

Nos últimos três anos, o setor de tatuagem comemora saldos positivos e emplacou o crescimento de cerca de 40% no faturamento registrado entre 2019 e 2020, segundo estimativa da Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil.

De acordo com os dados apresentados pela CEO da MBoah Tattoo, Thaísa Boaventura, a empresa registrou um salto de 80% no faturamento de 2021 em comparação com o período anterior. O Brasil está entre as 10 nações mais tatuadas do mundo e contabiliza 28.746 estúdios de tatuagem e colocação de piercing sob o formato de microempreendedor individual (MEI), segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de dezembro de 2021.

"Se cada um dos mais de 28 mil estúdios fizesse, em média, três tatuagens por dia, 2,5 milhões resíduos plásticos seriam evitados em um mês após o procedimento, mesmo sem levar em conta os demais dias que o tatuado continuaria usando o plástico filme ou curativos e adesivos feitos de plástico”, estima Thaísa Boaventura.
 
 (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto: Arquivo Pessoal
 
 
Para o tatuador Thieres Paim, o No Plastic veio para revolucionar não só em uma cicatrização avançada, proteção, conforto e risco praticamente zero de alergia na pele para o cliente, mas também para ajudar o planeta, eliminando o tradicional plástico-filme, usado há décadas na cicatrização da tatuagem. "E também o plástico em adesivo, colado na finalização da tatuagem, cuja indicação é ficar por uns quatro dias, mas que não acho saudável para a pele, causando alergia em muitas pessoas."

Já Danilo Rodrigues, de 37 anos, adepto das tatuagens e também tatuador, destaca que "tatuar é uma forma de expressão. É colocar para fora, em forma de arte, tudo o que se tem dentro. É a identificação com alguma tribo ou costume. Um estilo de vida, uma estética e para mim, minha profissão".

Preocupado com o planeta, Danilo Rodrigues destaca que a escolha por um produto sustentável, seguramente vai embasar sua decisão. "Temos o dever de pensar nessas questões ambientais, pois os insumos naturais são finitos e a tendência é ficar escasso. Sabendo que o tatuador usa materiais sustentáveis demonstra a consciência do profissional e, sim, é um diferencial."

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