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'Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência', diz Anielle após demissão de Silvio Almeida
Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após denúncias de assédio sexual, inclusive da ministra Anielle Franco.
Publicado em: 06/09/2024 21:08 | Atualizado em: 07/09/2024 07:56
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil |
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, divulgou nota após a exoneração de Silvio Almeida do ministério dos Direitos Humanos, nesta sexta-feira (6).
"Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi", escreveu a ministra em comunicado divulgado nas redes sociais.
"Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência", diz outro trecho.
Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva após denúncias de assédio sexual, inclusive da ministra Anielle Franco.
A organização Me Too Brasil, que acolhe vítimas de violência sexual, confirmou ter sido procurada por mulheres que denúnciaram supostos casos de assédio sexual praticados por Silvio Almeida.
CONFIRA ÍNTEGRA DA NOTA DA MINISTRA ANIELLE FRANCO
"Hoje eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial.
Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual.
Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas.
Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi.
Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência.
Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada.
Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo.
Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas."