AGRESSÃO

Homem negro é autor de ofensas racistas à prefeita eleita em Bauru

Publicado em: 03/12/2020 14:59

 (Foto: Reprodução )
Foto: Reprodução
A Polícia Civil de São Paulo identificou o autor das onfensas raciais contra a prefeita eleita de Bauru, Suéllen Rosim (Patriota). Segundo o delegado Eduardo Herrera dos Santos, o suspeito de postar as mensagens nas redes é um homem negro de 37 anos, cujo intuito seria "despertar uma discussão".

"Neste momento as investigações prosseguem e a tipificação penal, como inicialmente foi feita como injúria racial, ela permanece. Neste momento não temos mudança quanto à tipificação. Pelo contrário, existe a possibilidade sim de que seja acrescentada a tipificação também de uma eventual falsidade pelo perfil falso que foi criado", disse Herrera em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3). 

De acordo com o delegado, o homem, que foi liberado após prestar depoimento, continua sendo investigado pelo crime de injúria. "Não há impedimento quanto a conduta pelo fato de ele ser negro e ter praticado uma conduta de ofensa racial contra outro negro", completa o delegado.

O suspeito, morador de Bauru, criou dois perfis nas redes sociais. "Foi um trabalho intenso de investigação. Foram utilizadas várias técnicas investigativas, como quebra de dados e principalmente as técnicas tradicionais que possibilitou que chegássemos até ele, e depois de entrevistá-lo, apesar de inicialmente a negativa, confessou detalhadamente como praticou o fato".

Nas mensagens que circularam em grupos de WhatsApp, o agressor afirmava: "não podemos eleger aquela mulher com cara de favelada para ser nossa prefeita. Essa gentinha irá afundar Bauru". Em outro comentário, ele dizia: "não tenho nada contra, mas essa gente de pele escura, com cara de marginal administrado essa cidade, será o fim".

O conteúdo com cunho racista também aparecia em outra mensagem: "Essa gente de cor, representada por essa tal de Suéllen, não vai saber administrar a cidade, não tem competência". 

Por causa das mensagens, Rosim não conseguiu nem mesmo comemorar a vitória no segundo turno no último domingo (29). Logo após o resultado das eleições, ela precisou se dirigir a uma delegacia para registrar boletim de ocorrência.  

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