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Paraty deve ser reconhecida como Patrimônio Mundial da Unesco

Publicado em: 01/07/2019 09:32

Divulgação/Ministério do Turismo
O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) se reúne, a partir deste domingo (30) e até o próximo dia 10 de julho, em Baku, no Azerbaijão, para decidir quais lugares do planeta merecem o título de Patrimônio Mundial. E Paraty, cidade histórica do litoral fluminense, está na disputa.

Hoje, 1.092 lugares do mundo têm esse título. Deles, 21 estão no Brasil: 14 são considerados patrimônios culturais (como Brasília e os centros históricos de Ouro Preto, Salvador e Olinda, entre outros), e 7, naturais (como a Área de Conservação do Pantanal e o Parque Nacional do Iguaçu).

Paraty deve se somar a essa lista, segundo os pareceres dos órgãos assistentes do comitê da Unesco.

Mas não é só o centro histórico da cidade colonial que postula o título de patrimônio cultural. A paisagem da região também deve ser reconhecida pelo órgão internacional. Por isso, foi incluída na candidatura toda a região da Baía de Ilha Grande. O pleito é de patrimônio misto, cultural e natural, como são outros 38 locais pelo mundo.

A candidatura de Paraty e Ilha Grande (RJ) envolve uma área de 149 mil hectares, com quatro áreas de conservação (como o Parque Nacional da Serra da Bocaina e o Parque Estadual da Ilha Grande), além de 187 ilhas no total.

Entrar na lista é importante porque, com o título, "esse lugar é reconhecido como excepcional", explica a presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Kátia Bogéa.

"A partir disso, o planeta todo volta seu olhar àquele lugar. E aumenta também a responsabilidade do país, porque tem obrigações de fazer toda a proteção e preservação desse sítio", diz ela. "A primeira consequência é otimizar a questão do turismo, claro que de forma sustentável."

A cidade já havia concorrido ao título de Patrimônio Mundial antes, em 2009, sem sucesso. "Existia uma resistência grande do Comitê a novas entradas de cidades coloniais, porque há muitas dessas na lista da Unesco", afirma a presidente do órgão.

"Agora, estamos apresentando não apenas a cidade colonial, mas um lugar de natureza exuberante, excepcional", afirma Bogéa.

Levantamento do Iphan aponta que há, no local, 36 espécies vegetais consideradas raras, numa região de Mata Atlântica com forte presença de aves e sapos e pererecas, além de registros de mamíferos como a onça-pintada e o muriqui, maior primata do continente americano.

Há, também, duas terras indígenas, dois territórios quilombolas e 28 comunidades caiçaras. Os primeiros registros de povoamentos datam de 4.000 anos, diz o órgão.

Fundada em 1667, Paraty foi uma das cidades portuárias mais importantes do período colonial, por ser o fim da movimentada rota de escoamento do ouro minerado em Minas Gerais.

O conjunto arquitetônico da cidade já é tombado pelo Iphan desde 1958.

O comitê da Unesco se reunirá até o dia 10, mas espera-se que o resultado sobre a candidatura brasileira saia até o próximo fim de semana.

Desde julho do ano passado, quando a candidatura da cidade foi aceita, o local tem recebido visitas de especialistas da Unesco para avaliar a área.

Houve uma série de exigências, diz Bogéa, sobretudo em relação a questões ambientais. O órgão analisou, por exemplo, o tipo de proteção ambiental a que a região estava sujeita segundo as leis brasileiras.

O Brasil vota na eleição, além de outros 20 países, como China, Cuba, Espanha, Noruega e Uganda, entre outros.

Também concorre ao título de patrimônio misto a cidade de Ocrida, na Albânia.

Patrimônios mundiais que não forem bem conservados podem perder o título. A Unesco tem uma lista de bens em perigo, e a eleição em Bako, no Azerbaijão, também decide quais sítios farão parte desse rol. Concorrem à infame participação seis sítios, entre eles as ruínas da Babilônia, no Iraque, e ilhas e áreas protegidas no golfo da Califórnia, no México.
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