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Conheça quatro roteiros para desvendar o enoturismo no Sul do país

Para percorrer o roteiro do enoturismo, não é necessário entender de vinho. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

Roteiro um

Ele abre a garrafa cuidadosamente. Depois, serve a cada um dos convidados. Como em um ritual. O líquido ali dentro parece precioso. Trata-se de um Merlot 1991. Estava guardado em uma adega destinada somente a vinhos de safras antigas. O enólogo Dirceu Scottá é quem nos serve. Funcionário antigo, acompanhou o nascimento de cada vinho produzido na Dal Pizzol, no distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. “Ver a bebida envelhecer e evoluir é como projetar um filho que ficou fantástico”, diz.

O roteiro de enoturismo na região de vinícolas gaúchas revela mais que os segredos dos sabores dos vinhos e dos espumantes. As histórias por trás de cada bebida servida aos turistas também são prazer durante a estadia na região. Principalmente para quem é leigo na degustação das bebidas. Antônio Dal Pizzol, um dos administradores da empresa onde Scottá trabalha, recebe os convidados contando uma velha história da família. “Um dia, meu pai, que era produtor de uva, juntou os seis irmãos e disse: ‘quero ver a uva dentro da garrafa’”. Parte dos irmãos aceitou o desafio e a vinícola deu certo, lembra.

A degustação às cegas na Dal Pizzol é um momento de se concentrar apenas no momento presente. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

A pisa das uvas é uma das atividades preferidas dos turistas. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

Em Garibaldi, a dica é conhecer a cidade de tim-tim. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

Um dos imóveis mais curiosos é a mansão Mazzini, construída em 1921 no estilo renascentista italiano e mobiliada com os mesmos móveis da época. Dizem até que há um vestido de noiva de época intacto. O local, no entanto, é fechado para visitação. Adelina Mazzini ganhou o imóvel do pai e deixou um testamento que proíbe a venda da casa por seis gerações. O ponto negativo fica para a impaciência dos motoristas diante do passeio lento do tim-tim.

Em Garibaldi também está o Hotel Casacurta, o primeiro hotel de enoturismo da região, construído nos anos 1950 para veraneio. Nele estão 31 apartamentos. As diárias custam entre R$ 490 e R$ 700. Ao lado fica a hostaria, no antigo porão do hotel, incrustado na rocha, um lugar frequentado principalmente por casais. O passeio incluindo as duas vinícolas de Farias Lemos e Garibaldi pode ser feito em um dia.

Roteiro dois

A Vinícola Salvattore foi montada em um prédio de 1911. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

O menarosto é preparado durante seis horas. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

A próxima visita pode ser ao distrito de Otávio Rocha. Lá, a proposta é visitar a Casa Gazzaro e degustar o famoso menarosto, refeição que remete aos imigrantes na época que chegaram ao sul do país. É composta basicamente por codorna, frango e porco assados, claro, acompanhada de vinho e espumante. O prato demora cerca de seis horas assando. Na Gazzaro, o preparo aconteceu onde funciona uma lareira. Uma outra sugestão é um passeio rápido pelo centro de Otávio da Rocha, onde tem a Praça da Uva, onde há cerca de cem mudas de videiras.

Silvério Salvati e seu bom humor são um plus no passeio. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

Para finalizar mais um dia de viagem, a dica é partir para a Vinícola Don Giovanni, em Pinto Bandeira. O lugar tem cultivo biodinâmico e uma proposta de pôr-do-sol bem famoso na região, banhado a mais vinho e espumante. Não deixe de jantar na vinícola.

Roteiro três

Marcos Valduga destaca a qualidade dos vinhos nacionais. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

Márcio Brandeli: "Quero ser a Ferrari do vinho brasileiro". Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

A última parada do dia sugerida é o Restaurante Guri, com comidas típicas da região. O estabelecimento é comandado pelo chef Enio Valli, gaúcho que propõe resgatar, com releituras próprias, as receitas de sua região.

Roteiro quatro

Vinícola Don Guerino passou por investimentos e sua estrutura é moderna. Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

Foto: Júlio Soares/cortesia Ibravin/Sebrae

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